Nunca estivemos tão expostos, e, ao mesmo tempo, tão mascarados. As redes sociais transformaram o filtro no acessório indispensável do dia a dia: pele lisinha, rosto afinado, brilho na medida. Em segundos, a mágica da edição nos cria uma versão de revista — sem rugas, sem manchas, sem vida real. Mas fora da tela, a história é outra. A vida é em alta definição, sem Photoshop. E essa vida real? Não tem botão mágico que ajuste.
O filtro virou nossa máscara digital, moldando um “eu” perfeito e inatingível, que a gente exibe pro mundo mas não sustenta na frente do espelho. E nessa brincadeira de aparência, as expectativas vão pras alturas, e a autoestima, muitas vezes, pro chão. Quando foi que a gente trocou a espontaneidade por essa busca de aprovação sem fim? Agora, parece que tem algo errado em ser… bem, apenas humano.
Esse ciclo é cruel e viciante. Entre um filtro e outro, a gente vai se perdendo.