O ambiente profissional brasileiro tem sido invadido por uma avalanche de palavras em inglês, usadas com tanto entusiasmo que parecem ter se tornado obrigatórias. Job, briefing, feedback, follow-up – essas e outras expressões se multiplicam diariamente, como se o uso de palavras estrangeiras garantisse mais seriedade ou eficiência. Mas, será que estamos realmente aprimorando a comunicação ou simplesmente aderindo a um modismo?

Pense em uma situação comum: ao iniciar um novo projeto, alguém pede “um job bem estruturado com um briefing claro”. Em outro momento, alguém sugere “fazer um follow-up para dar o feedback”. Tudo isso poderia ser dito perfeitamente em português, mas, por algum motivo, temos essa insistência no inglês, mesmo quando há palavras equivalentes que são claras e diretas. Ao transformar um simples “reunião de acompanhamento” em um “follow-up meeting”, perde-se a clareza em nome de uma falsa sofisticação.

Claro, existem contextos onde o inglês é realmente necessário, principalmente em áreas globais como tecnologia ou negócios internacionais. Não é o uso de palavras em inglês que define competência ou inovação. Pelo contrário, a verdadeira comunicação eficaz é aquela que todos compreendem, sem barreiras. Valorizar o português não é rejeitar a modernidade; é, antes, uma forma de respeitar o público, a clareza e a própria identidade.