O azul e o branco têm se destacado entre as cores dos uniformes das escuderias nas arquibancadas do GP de São Paulo. São muitos os argentinos que vieram ao Autódromo de Interlagos para torcer de perto por Franco Colapinto, o primeiro piloto da Argentina a correr na Fórmula 1 em 23 anos, o único sul-americano da modalidade e que está vivendo uma ascensão a ponto de entrar no radar da RBR para a temporada 2025.
Já no primeiro dia, de treino livre e classificação para a sprint, houve uma "invasão argentina" no GP realizado em São Paulo. Em meio aos brasileiros torcendo por diferentes equipes e pilotos, os argentinos chamaram atenção pela sempre empolgada animação com seus ídolos.
Segundo a organização, são esperados 2 mil torcedores argentinos no GP de São Paulo neste ano. A Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) reportou aumento de 25% no número de voos da Argentina para o Brasil nesta semana.
Enquanto muitos carregam a bandeira argentina ou se usam roupas e adereços nas cores dela, outros vestem uniformes de clubes tradicionais do futebol, como Boca Juniors e River Plate. Todos, em comum, fazem festa nas arquibancadas.
No treino livre, liderado por Lando Norris e em que Colapinto fez o 13º melhor tempo, o argentino levantava a torcida toda vez que o carro dele passava em frente às arquibancadas. O mesmo ocorreu na classificação para o sprint, vencida por Oscar Piastri e na qual Colapinto terminou com a 14ª posição.
Com só cinco corridas no currículo, já que estreou no GP da Itália ao substituir o norte-americano Logan Sargeant, Colapinto já virou a sensação do momento na Fórmula 1 devido às boas exibições. Em meio às especulações de que o argentino possa substituir o mexicano Sergio Pérez na RBR, o chefe da equipe, Christian Horner, confirmou que a contratação dele está no radar.
Perguntado em entrevista coletiva sobre a possibilidade de ter a saída facilitada pela Williams em caso de proposta de outra equipe, Colapinto disse que, se a escuderia não puder lhe dar uma vaga, o natural é que o autorize a ir para outra equipe.
— Eu queria estar na Fórmula 1. Cheguei muito tarde no ano e tive uma oportunidade incrível na Williams. Todos na equipe me deram muita confiança. E eu recebi uma chance maravilhosa que eu não estava esperando para este ano. Eu dei meu melhor para ter os melhores resultados possíveis para mostrar que eu mereço estar aqui. Isso é o que estou tentando mostrar e conquistar. Se não for no próximo ano, espero que seja em 2026 ou 2027. Não estou tendo muita pressão, nada disso. Estou tentando aproveitar o momento e a oportunidade que eu tive. Era meu sonho dirigir um carro de Fórmula 1 desde que eu era muito pequeno.
Invasão argentina na Fórmula 1
A entrada de Colapinto na Fórmula 1 fez os amigos argentinos Esteban Esposito, de 61 anos, e German Iaspina, de 62 anos, incluírem o GP de São Paulo no roteiro de uma viagem de motocicleta que estão fazendo. Eles são de Bahía Blanca, cidade-natal do pai do piloto e também onde morava o avô dele, morto aos 89 anos, horas antes das primeiras atividades na pista no Brasil.