A viúva de João de Assis, auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), Marta Magalhães Pinto, revelou detalhes sobre o dia o do crime e como suspeitou da morte do marido.
Segundo ela, em depoimento durante júri popular, que ocorre nesta quarta-feira (31), achou estranho o fato do esposo não ter mantido contato, o que não era comum. O julgamento está sendo realizado no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.
“Comecei a sentir um aperto no coração. Quando liguei, uma voz feminina atendeu e perguntou quem era. Eu disse que era a esposa do dono do telefone, e ela me contou que havia encontrado o aparelho no mato, vibrando, e que fui conferir.”, disse.
Ainda segundo Marta, era por volta das 18h, e seu filho achava o local onde o celular foi encontrado perigoso. Ele pediu que ela não fosse até lá, pois mandaria um amigo buscar, mas ela recusou.
Ela pediu à mulher que encontrou o aparelho que o guardasse, já que continha fotos da família. Marta solicitou o endereço e, em seguida, foi buscá-lo.
O auditor foi encontrado morto no dia 26 de agosto de 2022, após realizar uma inspeção em um depósito de bebidas. O corpo de João foi achado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, já o veículo da Sefaz, que ele dirigia, foi localizado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405.
Apaixonado pelo trabalho
A viúva relatou à promotora que o João de Assis era apaixonado pelo que fazia e amava seu trabalho. Afirmou ainda que os objetos pessoais dele desapareceram e que cheques foram utilizados. Ela mencionou que a família foi à Caixa, onde constataram que dois cheques haviam sido depositados, com o CPF anotado atrás.
“Ele era um bom pai e sempre incentivou o filho a estudar. A morte trouxe problemas psicológicos, nosso filho passou por tratamento. O pai não teve a oportunidade de ver o filho se tornar oficial, de abraçá-lo, e o filho também não pôde fazer isso”, contou em depoimento.
Estão sendo julgados os réus, Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo, Vinícius Ricardo de Araújo da Silva, Maria Selma Gomes Meira e um menor de idade não identificado.
Marta que completaria 34 de casamento com João de Assis, ao falar com à imprensa, agradeceu o apoio e as manifestações dos servidores públicos da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz), órgão que a vítima trabalhava, e aos sindicatos.
O juiz Geraldo Amorim informou que, ao todo, 34 testemunhas serão ouvidas e que o julgamento não deve encerrar nesta quinta-feira (31).