“Esperamos sinceramente pela justiça. O sangue do João, que foi derramado, clama por justiça. Meu esposo era uma pessoa dedicada, de uma família alegre e carinhosa, devota a Deus. Acreditamos que a justiça será feita”, afirma abalada a viúva do auditor fiscal João de Assis, Marta Magalhães Pinto. 

Cinco pessoas da mesma família, que são acusadas de participar do assassinato do auditor, vão a júri popular na manhã desta quinta-feira (31). O julgamento ocorre no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.

Estão sendo julgados os réus: Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo, Vinícius Ricardo de Araújo da Silva, Maria Selma Gomes Meira e um adolescente que não identificado.

O juiz Geraldo Amorim informou que, ao todo, 34 testemunhas serão ouvidas no júri, com todas as da acusação sendo escutadas pela manhã e as da defesa pela tarde. Está programado que os réus também sejam ouvidos à tarde. O júri deve ser concluído amanhã.

Marta que completaria 34 de casamento com João de Assis, ao falar com à imprensa, agradeceu o apoio e as manifestações dos servidores públicos da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz), órgão o qual a vítima trabalhava, e aos sindicatos e amigos. 

 

 

O auditor foi morto em agosto de 2022, durante uma inspeção realizada no exercício regular de sua profissão. O estabelecimento em questão o qual os acusados eram proprietários, estava sendo investigado por compra e venda de mercadorias roubadas.

MP pede condenação dos réus por homicídio triplamente qualificado

Segundo a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) Adilza de Freitas, espera-se que os réus sejam julgados e condenados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, considerando as circunstâncias de motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. 

A promotora ressalta que o fato de a vítima ser uma pessoa idosa, com mais de 60 anos, e de haver várias pessoas interessadas em tirar sua vida pode aumentar a pena dos acusados. Ela ainda espera ainda que os acusados sejam julgados pelos crimes conexos, que incluem fraude processual, corrupção de menor e ocultação de cadáver. 

 

 

O assistente de acusação, Bruno Vasconcelos Barros, afirma que se espera a condenação dos acusados e destaca a necessidade de que a população compreenda a gravidade do caso. 

“O João estava no exercício de suas funções como auditor quando foi assassinado. Ele foi esquartejado e queimado. Esperamos que a sociedade enxergue a gravidade deste caso da mesma forma que nós e que obtenhamos a condenação adequada para cada réu”, enfatizou.

Famílias e servidores protestam 

Os familiares, amigos e trabalhadores do serviço público do Estado protestaram, no início desta manhã, na entrada do Fórum do Barro Duro. No local, acontece o júri popular dos cinco réus acusado de assassinar João de Assis. 

Em vídeo, o secretário especial da Receita de Alagoas, Francisco Suruagy, agradece ao Ministério Público de Alagoas, ao governador Paulo Dantas (MDB) e a sociedade pela atenção ao caso. 

Além disso, espera que os réus tenham pena máxima. “Esperamos que o conselho de jurados faça jus a esse sentimento de indignação e que imponham a pena máxima aos cinco assassinos.”. 

“O que está em jogo aqui é a vida de um servidor público que atuou sempre com responsabilidade e comprometimento’, conclui o secretário.

 

*Estagiária sob supervisão da editoria 

Fotos: Anderson Macena - MPAL