A Polícia Civil já ouviu os seis policiais militares envolvidos na perseguição que terminou na morte de dois adolescentes, no dia 13 de outubro, no município de Colônia Leopoldina, interior de Alagoas. Todos prestaram depoimento na última quarta-feira (23). 

Os dois adolescentes que morreram durante a ação policial foram identificados como Wallisson de Lima, 16 anos, e Jonatas, 15 anos.

Para a Polícia Civil. os militares mantiveram a versão de que abordaram os dois adolescentes após receberem a informação de que eles estariam praticando assaltos na região. Duas viaturas, com três militares em cada uma, participaram da perseguição aos dois jovens.

Segundo a versão dos militares, os dois adolescentes, estavam em uma moto e foram identificados conforme a denúncia. Eles não obedeceram a ordem de parada da polícia e uma perseguição foi iniciada. Os policiais contaram que quando a viatura chegou mais perto, o adolescente que estava na garupa da motocicleta efetuou disparos contra a guarnição.

Ainda segundo a versão dos militares, o motorista da viatura tentando se desvencilhar dos tiros acabou perdendo o controle da direção e colidindo o carro contra a moto. A viatura capotou em seguida. Os ocupantes da guarnição saíram do veículo e os adolescentes continuaram atirando. Foi quando os policiais revidaram e eles acabaram feridos. Os dois jovens foram levados para um hospital, mas não resistiram aos ferimentos.

A versão dos policiais, mantida no depoimento, é contestada pelos familiares dos jovens, que afirmam que os meninos não estavam armados, não tinham acesso a armas, nem envolvimento com ilícitos. Eles também relatam que os meninos estavam em uma moto emprestada, que estava com o escape furado e que o barulho emitido pelo veículo pode ter confundido os militares. 

Ainda segundo a versão dos familiares, os meninos voltavam para casa, após acompanharem uma festa em comemoração do Dia das Crianças, realizada na região. Os dois adolescentes trabalhavam no corte de cana.

Após as famílias relatarem suas versões e realizarem protestos pedindo justiça, os seis policiais foram afastados das funções  e o Ministério Público está acompanhando o caso.