Leandro Pinheiro Barros foi pronunciado a júri popular pelo assassinato da esposa Mônica Cristina Cavalcante Alves Barros, de 26 anos, ocorrido em junho em São José da Tapera, Alagoas. O crime foi motivado por violência doméstica e cometido com frieza, conforme apontam os laudos periciais. Após fugir para a Bolívia, Leandro foi preso 10 meses depois.

O assassinato ocorreu no dia 18 de junho, quando Leandro, em frente ao Fórum de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, atirou à queima-roupa em sua esposa. A vítima já havia expressado medo por sua vida em um vídeo gravado no mesmo dia, após uma discussão entre o casal durante uma festa. Mônica mencionou que, se algo de ruim lhe acontecesse, o responsável seria o marido. Poucas horas depois, foi executada.

O promotor de Justiça Fábio Bastos Nunes ressaltou o grau de frieza de Leandro ao cometer o crime, destacando os laudos periciais que indicam um tiro à curta distância, evidenciando a periculosidade do acusado. Leandro Barros fugiu após o crime, sendo capturado 10 meses depois na Bolívia e agora responderá perante o tribunal.

O caso

Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, de 26 anos, foi morta a tiros, em frente à sua casa, na cidade de São José da Tapera. No dia do crime, o casal estava em uma festa, quando teve uma briga entre eles. 

À época, o homem saiu do local e Mônica foi para casa. No caminho, ela gravou um vídeo falando da relação abusiva que ela vivia: "Quem achar o meu celular, saiba que Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento abusivo. Me desculpe se alguém está triste vendo esse vídeo, mas, não fique. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa e meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, se alguém achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros", disse.

A vítima estava em frente ao Fórum da cidade, quando foi surpreendida pelo marido, que efetuou disparos de arma de fogo. Horas antes do crime, o casal foi visto em uma festa de São João na cidade.

Diante da gravidade dos ferimentos, Mônica acabou não resistindo e entrando em óbito no local. Ela deixa dois filhos frutos do relacionamento com o acusado que se encontrava foragido. Equipes de policiais Civil e Militar estiveram no local. O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado.

O marido de Mônica estava foragido desde o dia do feminicídio, que repercutiu em Alagoas e no país, depois que vídeos gravados pela vítima, momentos antes de ser assassinada, vieram a público. Quase um ano depois do feminicídio, em junho do ano passado, no município de São José da Tapera, o acusado pelo crime, Leandro Pinheiro de Barros, que era marido da vítima, foi localizado e preso nesta quinta-feira (4), na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.