Ainda repercute, principalmente no meio acadêmico, as críticas feitas pelo professor Alexandre Fleming à gestão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), na sexta-feira passada, 18 de outubro. Ao blog, o professor reforçou, nesta segunda-feira (21), que o reitor Carlos Guedes tenta “terceirizar a responsabilidade” da crise financeira vivenciada pelo Instituto.

“A gestão deveria assumir suas falhas e priorizar o engajamento coletivo para garantir que a instituição possa superar seus desafios financeiros de maneira sustentável”, afirmou.

A reação de Fleming foi em resposta ao comunicado, divulgado na semana passada, no qual o reitor do Ifal demonstrou preocupação com o bloqueio, pelo governo federal, de 18% nas despesas discricionárias e o bloqueio das emendas parlamentares impositivas, “que paralisa projetos e impacta diretamente nos pagamentos de despesas já empenhadas”, entre elas, uma no montante de R$ 7,5 milhões.

“O quadro apresentado, onde não há perspectivas concretas de recebimento de complementação orçamentária, com a limitação de empenho e bloqueio das emendas parlamentares, impacta e prejudica diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão do Ifal, a manutenção dos contratos, investimentos planejados, custeio de despesas essenciais, como energia elétrica, limpeza e segurança, e a execução de projetos, inclusive políticas estudantis”, destaca trecho da nota oficial.

Em texto divulgado nos stories do Instagram, Fleming criticou a dependência do órgão de emendas parlamentares e afirmou que a crise financeira é fruto, também, de “má gestão”.

“Minha posição sobre a atual gestão do Ifal, conforme exposto na nota do reitor Carlos Guedes, é clara: há uma dependência excessiva de emendas parlamentares, que têm sido usadas como instrumento político, resultando em tratamento desigual entre os campi. Essa prática escancara a falta de planejamento estratégico e organização interna da administração, que, ao invés de enfrentar a crise orçamentária com eficiência e diálogo, prefere culpar o governo federal”, frisou o professor.

Para ele, “o problema central está na incapacidade de gerir os recursos de forma justa e transparente, sem o envolvimento real da comunidade acadêmica na busca de soluções”:

“A gestão central está distante das bases, e o que vemos é a perpetuação de uma abordagem desorganizada, refém de interesses políticos externos e sem foco em um planejamento sólido para o futuro do Ifal.”.