Em que pese estar dentro do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e ter o apoiado nas eleições presidenciais passadas, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), não é um “bolsonarista” de carteirinha.
Por sinal, ter feito a maior bancada – neste ano – da Câmara Municipal de Maceió mostra que JHC não primou pelo espectro ideológico para montar a chapa de edis, mas focou na matemática eleitoral.
Tanto é assim que poucos eram os nomes do PL que de fato eram bolsonaristas. Entre estes, o único que conseguiu êxito foi Leonardo Dias. Os demais eleitos pelo PL possuem perfis variados, que transitam entre o centro e a centro-direita, como é o caso de Eduardo Canuto.
Todavia, seu êxito nas eleições deste ano – quando foi reeleito prefeito com mais de 80% dos votos – pode influir nos rumos do partido em Alagoas, ainda mais se JHC quiser, de fato, disputar o governo estadual em 2026 e fortalecer a legenda, como é esperado.
JHC terá – a depender de suas pretensões políticas – o trabalho de arquitetar o PL para disputas futuras. Com a vitória, o prefeito de Maceió só sai do partido se quiser. Ele está em alta na esfera nacional por ter sido um dos mais votados, ainda mais em uma capital do Nordeste.
É natural – portanto – que as instâncias superiores da legenda passem a olhar Alagoas com carinho, ainda mais naquilo que será prioridade para o PL em 2026: eleger deputados federais e senadores.
A estruturação do PL para eleger – futuramente - nomes para a Câmara dos Deputados depende de JHC. Há nomes para tentar esta empreitada. Entre eles, por exemplo, se encontra o da primeira-dama de Maceió, Marina Candia.
É inegável que Candia tem sido extremamente atuante na política local e, semelhante ao marido, sabe trabalhar muito bem a sua imagem nas redes sociais, sobretudo junto aos chamados “influencers”.
Marina Candia passa a ser uma possibilidade para a disputa eleitoral proporcional de 2026. Inclusive, caso exista este projeto, sua presença no PL pode atrair outros postulantes ao cargo que pensem aí na conquista de uma segunda vaga e ajudem na formação de cociente eleitoral para isto. Não descartem.
Afinal, JHC só não elegeu – nas eleições estaduais passadas – o irmão, o Doutor JHC, deputado federal por uma questão de legenda. Doutor JHC, no PSB, foi bem votado, mas a sigla como um todo não atingiu o cociente eleitoral. O chefe do Executivo municipal não cometeria o mesmo erro.
Para disputar as cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, diferente do que ocorreu nas eleições estaduais passadas, em que o PL tinha apenas o nome do deputado estadual Cabo Bebeto, que foi para a empreitada estando na linha de frente da legenda, agora a história é outra. O partido de JHC ganhou corpo.
Na Câmara Municipal de Maceió, há nomes que se projetam para a futura disputa pelas cadeiras do parlamento estadual, dentre eles, por exemplo, os vereadores Chico Filho, Siderlane Mendonça, Brivaldo Marques, Galba Netto e Leonardo Dias.
Destes, um já é certo: o vereador Leonardo Dias disse – em recente entrevista ao Canhão Podcast – que tem total interesse na disputa. Portanto, o PL de JHC pode chegar em 2026 com condições de fazer bancada na Casa de Tavares Bastos e de ocupar pelo menos uma cadeira da Câmara dos Deputados.