O laudo pericial da reprodução simulada do caso da menina Maria Katharina, de 10 anos, encontrada morta no estábulo da família em Palmeira dos Índios, Agreste alagoano, no dia 8 de julho deste ano, foi concluído. O documento aponta que a menina amarrou a corda e cometeu suicídio sozinha. 

De acordo com o chefe de operações da Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, Diogo Martins, o laudo afirma que não foram identificadas lesões, sinais de defesa, nem sinais de luta no corpo de Katharina.

"Os peritos constataram que era possível a menina ter amarrado a corda e cometido suicídio sozinha. Não foram identificadas lesões de defesa nem sinais de luta no corpo da criança.”

Ainda conforme o documento, no local também não haviam indícios que apontasse a participação de alguém na cena do crime. “O inquérito foi concluído, ninguém foi indiciado. Não há elementos que indiquem que alguém tenha cometido um crime”, afirmou o delegado.

No último dia 3 de setembro, uma reprodução simulada do crime foi realizada. Na ocasião, a mãe de Katharina, Maria Virginia, afirmou que ela e os dois filhos sofriam agressões do seu marido. Após a morte da menina, Virginia pediu a separação e solicitou medida protetiva contra o pai das crianças.

A mãe de  Maria Katharina contou à polícia que o pai batia muito na menina e a chamava por nomes feios. Ela disse ainda que quando o marido batia na menina, ela e o filho menor entravam no meio para impedir as agressões e acabavam apanhando os três.

O delegado Diogo Martins disse que a Polícia Civil irá seguir com as investigações de maus-tratos que foram apontadas pela mãe de Katharina. Que após o inquérito da morte da menina ser concluído, a PC vai focar neste segundo caso, afim de também conclui-lo e enviá-lo para a Justiça.

O caso

Maria Katharina, de 10 anos, foi encontrada morta no dia 08 de julho, em um estábulo, na propriedade da família, localizada na zona rural de Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas.

Conforme a polícia, a menina estava brincando com o irmão mais novo no estábulo, quando o menino se acidentou e foi levado pelos pais para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios. Katharina ficou em casa.

Ao retornarem, os pais encontraram Katharina sem vida. A Polícia foi acionada ao local e o corpo da menina foi recolhido ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca. 

O resultado do exame cadavérico realizado no corpo de Maria Katharina foi divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca no dia 20 de julho. O perito médico legista, Francisco Milton, responsável pelo exame cadavérico, esclareceu os principais pontos encontrados durante a necropsia. Segundo ele, não foram identificadas no corpo da criança, lesões de defesa ou sinais de tortura no exame pericial realizado.

Ele reforçou também que não foram observadas fraturas no osso hioide, comum em casos de asfixias por constrição do pescoço, lesão provocada por estrangulamento. O laudo, entregue em 17 de julho, indicou que a causa da morte foi asfixia por enforcamento, evidenciada pelos sinais característicos encontrados durante o procedimento médico-legal.

“Com relação à necropsia em si, não encontramos nenhuma lesão de defesa, nem sinais de tortura. Encontramos aqueles sinais típicos de enforcamento, como o sulco no pescoço, e a infiltração sanguínea na musculatura”, afirmou Francisco Milton.

O perito destacou ainda que foram coletadas amostras de sangue, conteúdo gástrico e fígado da menina. Esse material ficará guardado, para caso haja a solicitação de exames complementares de toxicologia forense.

Nesta terça-feira, 15 de julho, a Polícia Civil encerrou o inquérito e ninguém foi indiciado pela morte da menina, pois o laudo apontou que ela amarrou a corda e praticou o suicídio sozinha.