Hoje é dia do Círio de Nazaré, em Belém do Pará, celebração com uma magnitude imensa, intensa.
É o dia de celebrar nossa ‘Nazinha’, Nossa Senhora de Nazaré.
Nos anos 90 , Belém foi minha casa de afetos, morei por lá por cerca de 6 anos.
Ah! que tempo bom de crescimento pessoal, conhecer pessoas, viver a fartura das mangueiras pelas ruas de Belém como se estivesse brotando em quintais, da nossa alma.
Foi em Belém do Pará que me tornei redatora publicitária, como aprendiz do grande Oswaldo Mendes da Mendes Publicidade, a maior Agência de Publicidade do Norte Nordeste.
Foi na Mendes que ganhei meu primeiro prêmio, ainda como estagiária.
Belém me virou de cabeça para baixo, a moça saída do conforto da pequena cidade, da casa dos pais, no Nordeste do Brasil, foi se aventurar ( em nome de um grande amor e da perspectiva de sair do lugar comum) no outro lado, nas bandas do Norte.
Belém do Pará me ensinou, entre erros e acertos, ( muitos erros) a ser a pessoa assertiva, determinada que hoje sou.
Em Belém tive tardes gordas de sonhos proibitivos, com a leveza de quem rompe ciclos sociais, paixão e despaixão, casamentos feitos e desfeitos, amig@s próximos, cervejas embriagadora nas noites da Praça da República, passeios no Ver-o-Peso, a maniçoba de fazer água na boca, mudanças imponderáveis.
E nunca mais esqueço o dia que vi Nazinha pela primeira vez, na procissão do Círio, sendo carregada pelos braços do povo. As cordas da fé embalando certezas.
Que emoção tamanha, eu, que nem professo o catolicismo, debrucei minha alma , aos pés da santa.
Foi uma sensação tão bonita e envolvente!
Belém do Pará plantou em mim tempos de felicidade despreocupada, entremeada com dias aflitos de medo
( será que vou conseguir, sobreviver, crescer, evoluir?)
Consegui!
Hoje é dia de celebrar ‘Nazinha’, lá em Belém do Pará.
Égua, mana, que saudades!