O CadaMinuto entrevistou, com exclusividade, o governador Paulo Dantas (MDB). Ele falou sobre o resultado das eleições em Alagoas, o cenário político no Estado e destacou suas ações à frente do Executivo, como a redução no número de alagoanos na pobreza.

Leia, abaixo, a entrevista na íntegra:

Qual a avaliação que o senhor faz do resultado das eleições, tanto em Maceió como no interior? 

Esse foi o melhor resultado da história do grupo político do MDB, PSB e PT em Alagoas, com 78 prefeituras conquistadas, se considerarmos que 10 prefeituras, atualmente sob o PP, tiveram nosso apoio. Isso mostra que estamos no caminho certo, com uma administração que dialoga com vereadores, deputados estaduais e federais, mas, principalmente, com a população. Os municípios têm vivido um bom momento graças ao apoio do governo do estado em diversas áreas, como infraestrutura, educação e abastecimento de água, o que tem sido determinante para a aprovação popular dessas administrações municipais.

Nos próximos dois anos de governo, qual o legado que o senhor espera deixar? Qual área específica o senhor acha que o foco será maior nos próximos meses? 

Conseguimos tirar 100 mil pessoas da extrema pobreza e 433 mil da insegurança alimentar, segundo o IBGE e o Mapa da Fome, com o projeto Alagoas Sem Fome, que inclui apoio ao agricultor familiar e fortalecimento da merenda escolar. Além disso, continuaremos com investimentos no abastecimento de água, com o programa Mais Água Alagoas, com investimento de R$ 12 bilhões. Nosso foco será também o turismo, educação, saúde, infraestrutura e emprego. Em educação, alcançamos a melhor nota no IDEB, e em saúde, realizamos feitos inéditos como transplantes de rim, coração e fígado. Vamos continuar ampliando e inaugurando hospitais, como o do Médio Sertão, além de duplicar rodovias, sempre com o objetivo de melhorar a vida dos alagoanos. 

O senhor se opõe a um diálogo maior com o atual gestor da Prefeitura de Maceió? Esse distanciamento prejudica a população? O que pode ser feito para melhorar esse diálogo? 

Não me oponho e acho que o nosso diálogo entre o governo do estado e a Prefeitura de Maceió precisa ser melhorado. Sempre estivemos abertos a trabalhar juntos, mas não vemos o mesmo sentimento da gestão municipal maceioense. A creche da Grota do Cigano que foi recusada pelo prefeito JHC ou o recente episódio da retirada dos totens de segurança instalados pelo governo do estado, apesar de todas as formalidades cumpridas, são exemplos claros de que a gestão municipal prefere manter palanques armados. Eu defendo o diálogo, a minha trajetória política prova isso, e este é o caminho que verdadeiramente beneficia a população. Agora para o diálogo acontecer precisa que as duas partes queiram conversar. Eu garanto que há abertura do Governo do Estado, mas há da Prefeitura?

Ao mesmo tempo, em que existiram dificuldades na capital, no interior, e especialmente no sertão, o resultado foi excelente. A que o senhor credita esses números? 

Sou governador de Alagoas, não apenas de Maceió. Dedicamos muita atenção à capital, mas o interior, especialmente o Sertão, também merece reconhecimento. Duplicamos a AL220, conectando a região litorânea ao Alto Sertão, e levamos água, saúde e infraestrutura para esses municípios. O sertanejo reconhece que nenhum governo trabalhou tanto por ele quanto as gestões Renan Filho e Paulo Dantas. Combatemos o preconceito de quem acha que o Sertão ainda vota no cabresto. O alagoano do interior é consciente e valoriza boas administrações.

Chegando no meio do seu mandato e após um processo eleitoral, é normal que existam algumas mudanças no secretariado. O senhor pensa em uma minirreforma? 

É natural que haja mudanças no secretariado, pois precisamos preparar a segunda parte da gestão e, como a política é dinâmica, é importante ter novas visões. Gestores com alta aprovação nas prefeituras podem ser aproveitados na nossa estrutura estadual, e também estamos analisando áreas que precisam de um olhar diferente para melhorar a gestão. 

Como o senhor avalia o resultado do PSB no estado? 

O PSB cumpriu seu papel nas eleições de 2024, conquistando prefeituras e um bom número de vereadores. Estamos trabalhando para fortalecer o partido, e continuar a ser muito relevante como na época do vice-governador Ronaldo Lessa. O PSB, sob a liderança de Paula Dantas, tem muito a contribuir com Alagoas. 

O senhor já começa a planejar um futuro para o político Paulo Dantas e seu grupo após o governo? Pretende continuar em Alagoas? 

Meu foco está totalmente em fazer a melhor gestão possível para Alagoas. Quero ser lembrado como o governador que tirou milhares de pessoas da pobreza, trouxe mais infraestrutura, água e saúde de qualidade, além de reduzir o desemprego e aumentar a educação. O futuro político será avaliado no momento certo, mas, por enquanto, minha prioridade é continuar trabalhando para deixar um legado significativo para o estado.