Com base no resultado das eleições municipais deste ano, uma coisa já é certa: o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, JHC (PL), já iniciará o novo mandato com 16 vereadores em sua bancada, incluindo os 11 edis eleitos pelo PL.

Porém, semelhante ao ocorrido quando JHC conquistou sua primeira eleição para comandar o Executivo municipal, a aposta de bastidores é que a bancada de situação cresça nos próximos meses. Naquele momento, ainda houve um bloco sólido de oposição, que chegou a ser denominado g-13, depois passou a ser g-11, até que se dissolveu por completo, restando poucos nomes na oposição.

Agora, nas eleições deste ano, foram eleitos pela situação os vereadores Luciano Marinho (PL), Davi Davino (Progressistas), Galba Netto (PL), Marcelo Palmeira (PL), Leonardo Dias (PL), Chico Filho (PL), Brivaldo Marques (PL), Cal Moreira (PL), Siderlane Mendonça (PL), Delegado Thiago Prado (PL), Olívia Tenório (Progressistas), Jeannyne Beltrão (PL), Eduardo Canuto (PL), Jonatas Omena (PL), David Empregos (União Brasil) e Samyr Malta (Podemos).

Já os partidos que estão no espectro da oposição – por fazerem parte da base do governo estadual de Paulo Dantas (MDB) – elegeram Zé Márcio Filho (MDB), Milton Ronalsa (PSB), Teca Nelma (PT), Allan Pierre (MDB), Aldo Loureiro (PDT), Silvânia Barbosa (Solidariedade), Fátima Santiago (MDB), Thales Diniz (PSB), Rui Palmeira (PSD) e Sílvio Camelo Filho (PV).

De acordo com informações de bastidores políticos, menos de uma semana depois da eleição já existem nomes da oposição em diálogos com interlocutores da Prefeitura de Maceió em busca de espaços. Resta saber se o Palácio República dos Palmares vai entrar neste processo de barganha para segurar os seus nomes e fortalecer a oposição dentro da Casa de Mário Guimarães com foco nas eleições estaduais de 2026.

Na reta final da atual legislatura, os “palacianos” tentaram articular uma oposição – tendo como mentor desta o ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil) – mas esta, com exceção de nomes mais aguerridos nos ataques a JHC (como Teca Nelma e Joãozinho (que não se reelegeu) acabou se tornando insípida. Houve uma expectativa em relação aos nomes de Kelmann Vieira e Zé Márcio Filho que acabou não se concretizando, pois cada um deles foi em busca de tocar o próprio projeto de reeleição, tornando-se pouco ativos dentro do parlamento-mirim.

Ainda conforme bastidores, entre os nomes que podem se aproximar de JHC e fazer parte da bancada está o de Fátima Santiago, que já ocupou o mandato de vereadora e retorna agora à Câmara por meio do “ninho emedebista”. Além destes, há nomes eleitos pelo bloco opositor que já possuem uma relação de boa vizinhança com a administração municipal, como é o caso de Silvânia Barbosa. Eleito pelo PDT, Aldo Loureiro não é um político que possui uma visão ideológica, mas pragmática. A decisão de que lado ele estará dependerá – evidentemente – deste pragmatismo.

Em todo caso, a expectativa é de que a bancada de situação possa crescer e atingir 20 vereadores, o que facilitaria ainda mais a vida do prefeito JHC na próxima legislatura.

O fato é que JHC tem a máquina pública na mão para garantir espaços em secretarias, atender a pedidos nas comunidades que são redutos de alguns vereadores, dentre outros mecanismos que garantem apoios. O resultado das eleições, dividindo os vereadores pela sigla partidária para determinar situação e oposição, pode não ser – portanto – a configuração da próxima legislatura quanto a quem estará ou não ao lado do chefe do Executivo municipal. O jogo começa a partir de agora...