Oi, João Henrique.

Tudo bem?

Ainda é tempo de te parabenizar pela vitória fantástica. Os números foram, nacionalmente,  gigantescos, né?

Mas, me permita fazer uma intervenção que é antiga, mas, que renovamos a cada gestão, afinal esse é o papel desta ativista inquirir sobre as politicas estruturantes para fortalecer os direitos humanos, e a gestão antirracista

Você um sujeito inteligente, estudado,  e viajado sabe que o povo daqui e d’alhures é diverso.

E que seus ‘filhos’, que formam um  considerável  percentual  da população negra sofrem violência racial , diuturnamente,  mesmo que tenham Gigantinhos para estudar ou um teto como abrigo.

A violência do racismo é perversa, João Henrique , ela tem muitos atravessamentos, além da cor da pele, o CEP é um labirinto para os  jovens e adolescentes, que moram nas grotas da capital,  sofram abissais violações de direito, como o ‘baculejo’ da polícia e desconfiança em lugares ‘seletos’.

Sabe porque, João Henrique nascer pobre, preto e periférico são estigmas sociais geracionais paralisantes.

Vivemos em uma capital cujo racismo  é fundante, estrutural e naturalizado, socialmente.

Li, na mídia , seu posicionamento , afirmando que a vitória acachapante, mostra para o Brasil todinho,  que Alagoas não tem dono, entretanto, todavia, contudo há uma controvérsia , quando a gestão municipal não se debruça, de uma forma política, sobre  os múltiplos aspectos da diversidade da população maceioense.

Existe uma população negra, em Maceió, João Henrique, mesmo que queiramos fazer de conta que vivemos no país de Alice, e ela precisa ser olhada, para além do olhar paternal. Carece de um ajustado olhar político.

A partir de um órgão estratégico, com foco em políticas estruturantes  verdadeiras, a gestão municipal, em Maceió  pode  promover a reeducação social , construir  e mobilizar a reverberação das práticas antirracistas.

Se esta ativista acredita que isso pode acontecer?

Claro, né, a gente tem que lutar pelo que acredita.

Romper ciclos.

Parabéns, João Henrique!