Eis algo que vai ficando cada vez mais evidente na reta final da campanha eleitoral em Alagoas – que tem, sim, suas peculiaridades.

Desde o episódio do “major da mala”, a contaminação da política mais rasteira nas instituições policiais, além de servir de péssimo exemplo para as corporações, tem levado à perda da credibilidade conquistada a duras penas pelos próprios profissionais da Segurança Pública, com o apoio dos governos que antecederam o atual.

Claro, até porque se submete bem mais à hierarquia, a polícia fardada é a mais atingida pela desconfiança geral, ainda mais no período eleitoral.

A obediência, tantas vezes cega, a uma autoridade civil – apenas por ser autoridade – faz dos militares instrumentos do poder ilícito de civis mal-intencionados e dispostos a ter seu próprio exército de guerras pessoais/políticas.

A PC também não tem parecido imune a essa influência, até por conta de inquéritos assustadoramente dirigidos e até denunciados por outra força policial “de fora”.

Há muita gente, profissionais da área, honrada e qualificada, mas que não encontra nos comandos de suas instituições o apoio ao agir corretamente, mirando o bem da sociedade como um todo - e não apenas para o atendimento daqueles que usam as corporações para impor medo e tragédia.

É muito evidente que vivemos um retrocesso nessa área tão sensível do estado de Alagoas. Mas, repito, o sinal foi dado lá atrás, pelo caso do “major da mala” (nos grupos da própria PM é impressionante a quantidade de memes e figurinhas sobre o triste episódio – sem um pouco de humor ninguém vive).

Na sequência, com a promoção do referido oficial, subalterno de uma autoridade civil sem compromisso com a paz e com a cidadania, o que veio depois em nada nos dá esperança de recuperar nem mesmo o que já foi nosso – e não faz muito tempo.

Eis uma razão a mais para que votemos com o olho no presente, mas mirando o futuro das gerações que virão - e que não haverão de merecer menos até do que o que já tivemos num passado recente.

É verdade que a história não é escrita em linha reta, mas não podemos dar o direito de escrevê-la àqueles que teimam em ter uma vida torta.