Uma decisão judicial do desembargador Tutmés Airan manteve a suspensão da desfiliação da Associação Pestalozzi de São José da Tapera da Federação das Associações Pestalozzi do Estado de Alagoas. Segundo a presidente da Federação, Liziane Torres, a desfiliação ocorreu de maneira irregular, sem seguir os procedimentos previstos no estatuto da organização.

A dirigente explicou que, de acordo com o estatuto, a desfiliação deve ser precedida por um documento formal informando a intenção de saída, seguido por um período de análise de 90 dias para que a federação possa orientar e organizar os trâmites necessários: “No entanto, a Associação Pestalozzi de São José da Tapera alterou sua razão social e manteve o mesmo CNPJ sem o conhecimento da federação, registrando a mudança em cartório e comunicando a desfiliação apenas após a conclusão do processo”.

“Recebemos a correspondência com surpresa. A Federação Nacional pediu um momento para conversar e entender o que aconteceu, enquanto a estadual solicitou a análise dos documentos, respeitando o prazo de 90 dias, mesmo que a solicitação tivesse sido feita dentro do prazo.”, prosseguiu Liziane.

Segundo ela, a federação estadual agora busca esclarecer a situação e garantir que os procedimentos sejam seguidos corretamente para evitar prejuízos à instituição local e ao movimento pestalozziano como um todo.

A diretoria executiva da Federação das Associações Pestalozzi do Estado de Alagoas decidiu manter a instituição em São José da Tapera e solicitou judicialmente que a instituição retornasse ao seu status original. A ação judicial resultou em uma liminar favorável, determinando que o CNPJ e todos os bens da instituição retornassem ao nome original da Pestalozzi de São José da Tapera.

“Mostramos que eles agiram de forma equivocada, sem seguir o estatuto, e o juiz nos deu ganho de causa,” explicou Liziane. “A liminar ordenou que tudo fosse revertido ao status original, incluindo o prédio e o CNPJ.”

A federação também realizou uma intervenção, com o apoio da Federação Nacional, que enviou representantes para Maceió e São José da Tapera. Durante uma reunião com os cidadãos locais, a diretoria da associação desfiliante alegou que havia sofrido ameaças e coerção, e que não queria seguir as orientações da federação, sentindo-se controlada.

Após a decisão judicial, segundo a presidente da Federação em Alagoas, houve boatos na cidade de que ela teria sido afastada da presidência e que a Federação Nacional estava agora à frente do processo. No entanto, ela afirma que continua a frente da federação estadual. 

“Isso gerou um boato na cidade de que fizemos algo errado, o que está denegrindo minha imagem,” frisou Liziane, acrescentando que estão sendo tomadas medidas em relação à informação mentirosa, divulgada nesta semana em um podcast local por um vereador da cidade, e que resultou em nota pública da Federação Nacional desmentindo o boato.