A venda do serviço de fornecimento de água e saneamento da cidade de Junqueiro – cujo serviço foi privatizado e vendido, sendo retirado do controle da Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas) e passado para a empresa privada Águas do Sertão – fez o preço da conta paga pelos habitantes registrar aumentos de até 60%. E mais: o preço subiu e a água, simplesmente, sumiu das torneiras.

 

Ruas e bairros inteiros da cidade sofrem até hoje com o desabastecimento crônico, que levou localidades como o chamado Alto do Cruzeiro, entre outras, por exemplo, a ficarem dias e dias sem uma gota sequer do líquido indispensável à vida.

 

Com cerca de 24 mil habitantes, a cidade era 100% atendida pela Casal. Porém, em 2021, o serviço de fornecimento de água na cidade foi vendido à empresa Águas do Sertão, na gestão do atual prefeito Leandro Silva (MDB). A estimativa é que o negócio tenha rendido R$ 38 milhões à prefeitura.

 

Entretanto, mesmo diante da cobrança de um grupo de vereadores, inclusive com decisão favorável da desembargadora Elizabeth Carvalho (Tribunal de Justiça), nem o contrato, nem os valores e nem as explicações sobre a venda da água na cidade nunca foram se tornaram públicas. A Águas do Sertão começou a operar no município no mesmo ano de 2021.

 

Indicadores repassados por fontes ao Cada Minuto mostram que a situação, cerca de 3 anos após a venda do serviço, permanece crítica. Em média, a chegada de água às casas dos moradores parece ser “racionada”, ou seja, obedece a uma espécie de rodízio.

 

Por dia, dezenas de ruas seguem na seca, mesmo pagando rigorosamente em dia os boletos com aumento de até 60%. A decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas já completou um ano sem ser cumprida e os dados seguem sendo sonegados pela gestão municipal.