O menino tem 14 anos e um amor imenso pela mãe/ avó que o criou.
E foi para ela que o menino decidiu contar sobre suas descobertas, emoções e inquietações.
-Vó, sou gay- afirmou, de um fôlego só.
A avó entrou em desespero.
Ameaçou bater. Ameaçou o castigo. Ameaçou expulsá-lo de casa.
Ameaçou…
O menino entrou em um processo de hibernação, a dor da rejeição materna, o consumia e a tristeza tomou conta dele.
Com a angústia pulsando, abriu o coração e confidenciou com a Assistente Social da Escola, que logo convidou a avó para uma conversa.
Conversa difícil!
-Vó abrace seu neto, a senhora prefere ele , como é, ou morto?- perguntou a assistente social, depois de uma conversa longa, atravessada por um acolhimento autêntico, respeitando as reservas da senhora, ( isso é moda, vai passar… ele vai sofrer), entretanto a mulher se fez irredutível, intransigente:
-Prefiro um neto morto, do que ter um neto gay!- disse a avó, indignada.
E se fosse seu filho?
Releituras familiares sobre as nuances do amor.