Fato objetivo: o novo indiciamento do senador Renan Calheiros pela PF, por corrupção, acontece no pior momento para o MDB e seu candidato a prefeito em Maceió, o Tio Rafa.

Não apenas porque Calheiros já é um peso monumental para o partido na capital, mas porque marca o retorno de algo que teima em não abandonar a família mais poderosa de Alagoas (só perdendo nesse quesito para Marcelo Victor).

Evidentemente, o senador deve aguardar que o tempo cumpra o seu papel, em mais um caso de polícia em que ele está enredado. Lembrando que junto com ele estão alguns parceiros em outras traquinagens: Romero Jucá e Eduardo Braga. 

O intermediário? O de sempre: o empresário Milton Lyra, que não está nem aí (lembram dele: dos “homens de preto”?).

Afinal, tem sido assim ao longo dos anos, mas sempre haverá um magistrado legalista e/ou amigo para enterrar o assunto, entendendo que questões assim são da “natureza” própria da atividade política. Imagina-se que a cada decisão prevaleça a razão - jurídica ou política, pouco ou nada importa.

A denúncia é pesada, verdade - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa -, mas se assemelha a tantas outras em que não houve culpados, ao fim e ao cabo, apesar do resultado da culpa ser evidente.

O que se esperar agora?

A sanção temporária: Calheiros não aparecerá nem a pau na campanha da capital.