O CadaMinuto continua com a série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Maceió. Ao todo, cinco nomes participam da disputa: JHC (PL), Lenilda Luna (UP), Lobão (Solidariedade), Nina Tenório (PCO), Rafael Brito (MDB).

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Seguindo a ordem alfabética, o terceiro e último entrevistado da série é o candidato Rafael Brito, que concorre pelo MDB. Ele falou sobre "acesso livre" aos governos federal e estadual, a força do MDB no estado e criticou a atual gestão.

A redação entrou em contato com os candidatos Lobão e Nina Tenório, mas não recebeu resposta.

Veja a entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a prefeito de Maceió?

Eu atendi a um chamado da nossa gente, das pessoas que ainda têm um fio de esperança que as coisas podem melhorar. Maceió foi esquecida pelo atual prefeito. O dia a dia não mente pra gente, Instagram não é vida real. E isso é perceptível, estou percorrendo a cidade e conversando com comunidades onde o serviço público não chega, onde a política pública da Prefeitura de Maceió falha, as pessoas eles reclamam, estão insatisfeitas. Tá massa pra quem? Eu queria que tivesse massa, como lá na rede social.

 

Como você avalia as principais questões ou problemas atuais na capital e quais são suas intenções para resolvê-los?

De cada 10 casas que eu entro, 9 reclamam muito da saúde. Atenção básica em saúde. E isso fica claro quando a gente pega os números do próprio Ministério da Saúde. Maceió, dentre todas as capitais do Brasil, é a pior, infelizmente, em atenção básica em Estratégia de Saúde da Família. Isso é um absurdo. O cidadão reclama que não consegue marcar consulta, que não consegue marcar exame. Quando consegue uma requisição médica, até marcar o exame que a requisição pede, ela já venceu, e ele tem que voltar no médico. Ouço isso diariamente, que a pessoa tem que acordar 4 horas da manhã para tentar uma ficha para ser atendido, e pior sem a certeza que vai conseguir a ficha.

 

Considerando seu plano de governo, quais são suas prioridades? Por quê?

Ser um prefeito de verdade. Que assume responsabilidades e tira as coisas do papel. Por onde passei, eu realizei, tenho resultados, fiz o cartão Escola 10 que coloca dinheiro no bolso do estudante para que ele não pare de estudar. Conseguimos fazer o mesmo com o Pé-de-Meia do Governo Federal. Maceió precisa correr atrás do tempo perdido. Os indicadores são péssimos e a gestão continua preocupada com redes sociais. O Ideb foi ruim nas duas últimas avaliações. Ai eu te pergunto que Educação a Prefeitura vem oferecendo as nossas crianças? Temos muito para fazer, muito mesmo.

 

Como você pretende estabelecer e manter uma boa relação com o governo estadual e federal? Que tipo de parcerias você buscará para trazer mais recursos e apoio para Maceió?

Mais uma diferença entre a nossa campanha e do atual prefeito. Somos o único grupo que entrega resultados. E diferente dele, eu sou parceiro do governador Paulo Dantas e do presidente Lula. Tenho acesso livre ao governo federal e ao governo estadual, portanto, vou aproveitar as oportunidades que Maceió vem perdendo nos últimos anos. Vou garantir investimentos para resolver os grandes problemas da cidade, como o trânsito complicado e o transporte público, que hoje deixa muito a desejar e afeta a vida de tanta gente.

 

De que maneira planeja envolver a população nas decisões políticas e na formulação de políticas públicas?

Tenho experiência. Fiz isso quando fui secretário de Educação. Tivemos uma gestão participativa com toda a comunidade escolar, ouvindo e somando com as propostas de todos. E vai ser assim, envolvendo toda a comunidade. Dou como exemplo, o Maceió Sem Fome. Vou garantir R$ 150 para as famílias que mais precisam, para ajudar na feira, no dia a dia, pra dar aquela força a mais pra nossa gente. Um programa sério de transferência de renda, e que vai ser amplamente construído com todos os setores da sociedade.

 

Qual é a sua estratégia para manter uma relação produtiva e colaborativa com a Câmara Municipal? Como você pretende lidar com possíveis conflitos e garantir que suas propostas sejam aprovadas e implementadas?

A palavra primordial é o diálogo. Vamos manter uma relação produtiva com os vereadores. Eu hoje sou um parlamentar, sei bem como deve ser a relação do Executivo, respeitando e também construindo pontes. Acredito que temos muito para fazer, por exemplo, o maior programa de habitação da história, aproveitando o trânsito que temos com o governo federal. E os vereadores serão fundamentais na construção desse trabalho.

 

Quais medidas você adotará para evitar a corrupção e assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e transparente?

Primeiro, garanto que na minha gestão não vai ter compra de um hospital inacabado por R$ 266 milhões, nem vai ter patrocínio milionário para escola de samba do Rio de Janeiro. Vou rever este acordo com a Braskem, que não protegeu, não apoiou e nem indenizou as vítimas. Vamos trabalhar de forma transparente, buscando orientação do Ministério Público, do Tribunal de Contas, fortalecendo a Controladoria do município e colocando ela em contato direto com a CGE e a CGU. Dinheiro público deve ser tratado com responsabilidade e sem desperdício.

 

Nas últimas eleições, os candidatos emedebistas não foram eleitos. Como avalia a situação do partido, hoje, na capital e quais são suas estratégias para conquistar o voto?

Não vejo dessa forma. Maceió sempre votou muito bem com o MDB. Alagoas tem um governador do MDB, dois senadores do partido, dois deputados federais, a maior bancada na Assembleia Legislativa, que é presidida pelo deputado Marcelo Victor, que é do nosso partido. Ou seja, nosso partido tem uma força na capital, tanto, que somos a única candidatura com capacidade de fazer Maceió ser levada a sério. Sigo fazendo campanha ao lado dos vereadores do meu partido e da nossa coligação. Mostrando de porta a porta a capacidade que temos um prefeito para trabalhar por toda cidade.