Ao fim e ao cabo, o comando da Segurança Pública de Alagoas está nas mãos do governador do Estado – como em qualquer governo.

Não por acaso, Dantas, na única oportunidade em que foi indagado sobre o crime que vitimou Adriano Farias disse que os culpados iriam pagar.

Está devendo esta conta, até porque até agora não foi apresentado o (a) mandante do covarde assassinato.

Já no caso do assassinato de Kleber Malaquias, a prisão – pela PF – de um delegado graduado da Secretaria de Segurança há de levar o governador a cobrar providências do seu secretário, até para preservar uma possível autoridade.

Não dá para esconder de ninguém que o delegado Flávio Saraiva foi apadrinhado para o posto pelo presidente da Assembleia Legislativa, responsável também pela indicação do coronel Paulo Amorim para o comando da PM.

Confesso que imaginei que havíamos superado essa página infeliz da nossa história, mas cometi outro erro.

Sabe-se das ligações entre Dantas e Marcelo Victor, que o fez governador, articulando com seus pares na Assembleia e impondo seu nome a Renan Filho, governador por oito anos, mas que não conseguiu projetar um sucessor, ainda que tenha ganhado o cargo de conselheira do TC para a esposa.

Só que o momento é preocupante, até porque no governo de Filho as relações entre política e polícia não eram tão estreitas e visíveis.

E quando isso acontece, a história de Alagoas está aí para provar, quem paga, às vezes até com a vida, são os inimigos do rei. O que é injusto, inclusive, com os ótimos e honestos profissionais das duas forças.

Ainda que o presente seja suave, a cobrança da história sempre é pesada. Ela demora, mas vem, manchando o legado de quem pretende ser lembrado pelo bem que praticou.