O delegado Daniel Mayer, então responsável pelo inquérito policial que investigava o assassinato do ativista político Kleber Malaquias, foi preso na manhã desta quarta-feira (18) pela Polícia Federal (PF), suspeito de induzir o Ministério Público Estadual (MPAL) ao erro.
No momento, Mayer se encontra na carceragem da PF, localizada no bairro do Jaraguá, parte baixa de Maceió.
A informação foi confirmada ao CadaMinuto pela promotora de Justiça Lídia Malta, por meio da assessoria de Comunicação do Ministério Público de Alagoas (MP/AL). O delegado ocupa o cargo de gestor na Diretoria de Polícia Judiciária (DJP1).
A prisão do delegado foi pedida pelo MP/AL em decorrência do desaparecimento de documentação crucial para o andamento do inquérito policial. A ausência do documento compromete a apuração dos fatos e a possibilidade de identificar e punir os responsáveis pelo crime.
O júri do caso está marcado para esta quinta-feira (19) e, até o momento, segue confirmado. Os réus José Mário de Lima Silva, Edinaldo Estevão de Lima e Fredson José dos Santos, serão julgados por homicídio qualificado pelo Tribunal do Júri, a partir das 8h30, no Fórum do Barro Duro.
O julgamento será conduzido pelo juiz José Braga Neto, da 8ª Vara Criminal de Maceió. Além dos acusados, outros três envolvidos, Marcelo José Souza da Silva, Jefferson Roberto Serafim da Rocha e Marcos Maurício Francisco dos Santos, ainda serão julgados.
O caso
Segundo o processo, o crime aconteceu dentro de um bar, em Rio Largo, na tarde de 15 de julho de 2020, dia do aniversário da vítima. A execução teria sido arquitetada pelos envolvidos que atraíram Kleber até o Bar da Buchada para realizar o assassinato.
A vítima era conhecida por denúncias contra políticos e autoridades, sendo esta a possível motivação do crime.
De acordo com o relatório, o policial militar José Mário, na época pré-candidato a vereador, marcou um encontro com Kleber para conversar sobre questões políticas. Na ocasião, Fredson José teria efetuado os disparos de arma de fogo que levaram a vítima à morte.
Consta nos autos que Kleber era alvo de constantes ameaças devido às denúncias que fazia contra políticos e autoridades.