-Está vendo esse caminho, Arísia Barros- disse Joãozinho  Pereira, apontando, para além, em  direção a um ponto no território quilombola, de Abobreiras, município de  Teotônio Vilela, em Alagoas:

- É uma nascente, uma fonte de água,  que vai deixar o nosso  Baobá,  sempre irrigado e ele vai  crescer bonito. 

O diálogo se deu , sob o sol abrasador de uma manhã, ( eita, calor danado!), e falávamos sobre a inauguração da Escola Quilombola  Izidio Alves de Farias, sob administração do prefeito, Peu Pereira, ( uma ação afirmativa, em permanente movimento) e o plantio do Baobá, dentre outras questões.

Curioso, e com as mãos meladas de terra, Joãozinho  Pereira ( ajudou no plantio do Baobá) , quis saber mais detalhes sobre o Projeto Baobá e essa ativista discorreu entusiasmada  sobre sacralidade, ancestralidade, resiliência.

Ressaltamos sobre  o apoio, da então deputada estadual, Jó Pereira,( 2015-2023),  o quão foi  essencial para  criarmos um diálogo amplo, com diversos e diversificados cantos e recantos do estado, sobre a árvore sagrada.

Joãozinho  abriu um sorriso, com o som do silêncio,  que reverberou por todo seu rosto,  fez algumas ponderações eloquentes e disse:  é emocionante,  me arrepio porque tenho certeza  que os ancestrais de minha família, se alegram  com esse projeto.

E o cabra sertanejo falava, com a maior simplicidade sobre os inexoráveis desafios complexos e cotidianos e, é perceptível,  que a ciência da política o move para  pensar pequenas ou grandes revoluções.

Foi uma conversa boa, confortável, acolhedora.

Antes do abraço, Joãozinho confidenciou:- ‘Arísia, conte com todo meu carinho e respeito, porque na vida da gente, é  preciso  desaprender muita coisa  e reaprender,  para aprender de novo.’

Eita, que o cabra filosofou bonito!

O trabalho nunca está completo e a gente sempre tem algo para fazer pelo nosso povo,  respeitando as pessoas , ouvindo  suas histórias e entregando escolas, como essas que mais do que concreto é um espaço de valorização da luta quilombola, e , quando fui superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) , em Alagoas, dos  100 tratores entregues, 20 foram para as comunidades quilombolas do estado de Alagoas.

Gostei da conversa com Joãozinho Pereira  e ao ouvi-lo, esta ativista pensou:- o cabra traz consigo a geografia da mudança e o legal é o entusiasmo que contagia.

-Arísia, conte com meu apoio e todo meu carinho para que a gente fique junto nessa luta, pelo nosso povo- finalizou a conversa.

Com certeza, Joãozinho Pereira, ainda temos muitas trilhas que precisam virar estradas asfaltadas, com políticas públicas- disse.

E, olha que esta ativista vai cobrar, viu, seu cabra?

2025 é logo ali…

Saúde!