O Programa de Governo é uma ferramenta propositiva que tem grande importância para organização, planejamento e desenvolvimento das ações de gestão governamental.
É documento referencial para a condução das discussões buscando a implementação das diversas políticas públicas , e muitas delas estão elencadas, nesses documentos propositivos, como mulher, idoso, criança, adolescente, causa animal e etc.
Para saber como as políticas antirracistas têm sido colocadas na pauta de discussão, esta ativista, Arísia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, tem feito a leitura dos Programas de Governo, das diversas candidaturas às prefeituras alagoanas ( vale uma pesquisa de TCC) e pasmem, o negacionismo preto político partidário é latente.
Por exemplo, no plano de governo do candidato à situação do município de União dos Palmares, em nenhum momento existe a citação sobre a existência dos quilombolas, como comunidade, povo, gente.
Em Carneiros, onde se localizam dois quilombos empobrecidos, e sem a prometida água nas torneiras, a candidata da situação, que se autodenomina parda, faz um apagamento sistemático da população quilombola.
Ignora-as!
Como desafiar esse ‘nem-tô-nem-aí’ da geografia ( imutável) da exclusão política dos municípios alagoanos?
Por que essa invisibilidade afrontosa?
Negr@s em Alagoas são assim tão permissiv@s?
Na capital, Maceió, não é diferente, o ostracismo sobre a temática, do candidato à reeleição, colide com a indiferenciação secular.
Já a candidatura da oposição apresenta algumas nuances de apontamentos, mas, não efémeros em sua inconsistência, que revelam a desimportância da questão.
No município de Taquarana, o plano do candidato da situação propõe a criação do prêmio ‘Mulher Quilombola', visando promover a preservação da herança cultural e o empoderamento das mulheres quilombolas com ênfase nos direitos humanos e cidadania.
Interessante, mas, carece alinhavar o assunto. Sair do palco da festa. Dar-lhe profundidade.
No programa de governo, do segundo maior município do estado, Arapiraca, que possui 2 comunidades quilombolas, não aparecem propostas.
No município de Viçosa, com 2 duas comunidades quilombolas, o silenciamento está impresso.
Em Batalha, o candidato da situação afirma que investirá nas danças folclóricas, dentre elas, as do quilombo.
Folclore?
Os elementos tradicionais da cultura negra, nos programas de governo, foram literalmente, tragados pela pauta da causa animal.
É factível nas primeiras leituras dos documentos, o abissal desinteresse, desconhecimento político sobre a população negra e as comunidades quilombolas.
E , o apagamento do tema nos planos demonstram o desafio abissal que representa a pauta antirracista, mesmo para candidaturas ditas progressistas e de esquerda, em Alagoas, estado que agrega a simbologia da resistência centenária à opressão do escravismo.
Alagoas é um estado distópico.
Colonialista
E, extremamente, racista!
Você conhece o programa de gestão d@ candidato@ que apoia à prefeitura de sua cidade?
https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/NORDESTE/AL/2045202024
Essa conversa continua…