O atual prefeito de Maceió e candidato à reeleição João Henrique Caldas, o JHC (PL), investiu em um slogan durante sua gestão: “Maceió é Massa”. A sentença se tornou parte dos pontos “instagramáveis” da capital alagoana, com ações que – gostem ou não os adversários do prefeito – agradaram a muita gente, inclusive turistas, desde as polêmicas que envolveram a cadeira de praia gigante até os dias atuais, em outros tantos pontos espalhados pela cidade, principalmente na orla da capital alagoana.
Todavia, JHC – o candidato – levou o “Massa” para sua campanha, sendo parte até do jingle que entoa que “JHC é Massa”. Tal ato incomodou o adversário político e postulante ao cargo de prefeito, deputado federal Rafael Brito (MDB). O emedebista argumenta que ao se utilizar do vocábulo “Massa”, o prefeito faz uma associação indevida na campanha, pois se utilizaria de algo que foi feito pelo poder público – que deveria ser impessoal – para sua promoção pessoal.
Rafael Brito ajuizou ação neste sentido e acabou atraindo para si uma polêmica, cujos resultados são imprevisíveis, pois pode ter sido um tiro no pé, uma vez que já há quem coloque o emedebista como contrário aos pontos instagramáveis. Já há quem acuse Brito – dentre os aliados de JHC – de prejudicar o turismo na capital alagoana, pois tais pontos são utilizados em campanhas promocionais da Prefeitura de Maceió.
Evidentemente, não se trata dos pontos instagramáveis em si, mas sim do slogan utilizado nesses locais e a forma como JHC, estrategicamente, se aproveitou disso em sua campanha.
Todavia, política também é feita de “narrativas” e o deputado federal do MDB parece ter esquecido disto. Resultado: acabou criando o barulho que inclui também uma dificuldade para si no exato momento em que tenta crescer nas pesquisas eleitorais, uma vez que as mais recentes apontam um extremo favoritismo do candidato do PL.
Não por acaso, Rafael Brito teve que se explicar em suas redes sociais, acusando o prefeito de “fake news”. Quando alguém precisa se explicar demais, eis um sinal de alerta piscando...
O fato é que Brito foi alvo de uma narrativa semelhante a utilizada pelo MDB quando o governador Paulo Dantas (MDB) disputou a eleição contra o senador Rodrigo Cunha (Podemos), que atualmente é o vice na chapa de JHC.
Na época, Cunha questionou um programa social do Executivo estadual de Dantas por conta de um possível uso irregular da máquina pública na campanha. O time de Dantas soube fazer do limão uma limonada e fez da ação judicial uma narrativa em que Cunha ficou preso tendo que dar explicações. Lembram disso?
Pois é, narrativas…
O que diz Rafael Brito agora?
O candidato do MDB acusa o opositor de espalhar fake news contra ele. “Eu fui secretário de Turismo por cinco anos. Os hotéis ampliaram em Alagoas, ampliei em mais de 50% números de empregos aqui em Maceió, novos hotéis, novas pousadas, inclusive fui que trouxe o primeiro voo internacional da história da nossa cidade, que é o voo da TAP. Eu não vou tirar coral, não vou tirar cadeira, mas o que vou tirar mesmo JHC é as pessoas na fila da Saúde, que você deixou (...)”.
Na política, quando se fica refém de uma narrativa, é preciso ser estratégico para que esta não se sobreponha aos fatos, pois toda ação tem uma reação. Independente do mérito, Brito está tendo que inventar a vacina da oportunidade que criou para seu adversário.
Havia sido mais inteligente por parte de Rafael Brito e sua campanha quando também se apropriou do “Massa” para tentar desacreditar o adversário, ao indagar “Maceió é Massa para quem?”.