Chefe da guarnição, acusado de efetuar o disparo que matou empresário, foi pronunciado por homicídio qualificado
O policial militar Jilfran Santos Batista será submetido a júri popular pela morte do empresário Marcelo Leite, ocorrida em 2022. Ele foi pronunciado pela 5ª Vara Criminal de Arapiraca pelo crime de homicídio qualificado, com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Os outros dois réus no processo, o PM Ariel Oliveira Santos Neto foi pronunciado por denunciação caluniosa e o PM Xavier Silva de Moraes, por fraude processual. A pronúncia foi assinada pelo juiz Alberto de Almeida na quinta-feira (05). Nos autos, o magistrado acata a denúncia do Ministério Público, cujo relatório descreve que:
Relembre o caso
A guarnição da Polícia Militar comandada pelo MP Jilfran deu ordem de parada ao veículo que era conduzido pelo empresário arapiraquense Marcelo Leite, na noite de 14 de novembro de 2022, na rodovia AL-220, em frente ao 3º Batalhão, em Arapiraca.
Segundo a guarnição, o empresário estava em alta velocidade e não obedeceu a ordem de parada, parando o veículo mais à frente. Um disparo de arma de grosso calibre foi efetuado na traseira do veículo, atravessou o porta-malas e o banco, atingindo Marcelo Leite nas costas.
O empresário, que tinha 31 anos, foi socorrido para o Hospital de Emergência do Agreste, transferido para a Santa Casa de Maceió e depois para o Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e foi submetido a várias cirurgias, mas não resistiu e teve a morte declarada no dia 05 de dezembro de 2022.
O disparo teria sido efetuado pelo PM Jilfran, que relatou, junto com os outros dois policiais militares que estavam na guarnição, Ariel Oliveira e Xavier Silva, que Marcelo Leite estava de posse de um revólver calibre 38 e que ele teria agido em legítima defesa.
Eles chegaram a apresentar a arma que supostamente pertenceria à vítima e registraram a ocorrência, provocando a abertura de um inquérito policial que acusava Marcelo Leite de porte ilegal de arma de fogo.
No entanto, as investigações do caso e a reconstituição do crime chegou à conclusão de que o revólver foi "plantado" pelos policiais, que alteraram a cena do crime com o objetivo de tentar justificar o disparo que provocou a morte da vítima.