A recente distribuição de recursos do fundo partidário pelo MDB em Alagoas trouxe à tona uma questão polêmica: a disparidade de valores destinados aos candidatos. Enquanto Luciano Barbosa, prefeito de Arapiraca, cidade que representa o segundo maior colégio eleitoral do estado, recebeu apenas R$ 150 mil, sua colega de partido Júlia Duarte, de Palmeira dos Índios, que tem o quarto maior colégio eleitoral, foi contemplada com R$ 200 mil.
A diferença de R$ 50 mil entre os recursos destinados a dois candidatos de cidades com realidades eleitorais tão distintas chama atenção e gera questionamentos, mas também sobre as prioridades e estratégias do partido.
Arapiraca, com uma população expressivamente maior e um peso político considerável, parece ter sido subvalorizada, talvez pelo clima de "já ganhou" que invadiu as hostes emedebistas na terra de Manoel André, o que pode indicar um tratamento estratégico, por parte da cúpula partidária.
Luciano Barbosa, figura de destaque no cenário político estadual, tem uma trajetória consolidada e, à primeira vista, seria um dos candidatos naturais a receber uma fatia maior do fundo. No entanto, a preferência por Júlia Duarte, de Palmeira dos Índios, levanta especulações sobre possíveis articulações internas e pressões que teriam influenciado essa decisão.
A questão que fica é: quais foram os critérios para a distribuição desse recurso? Por que um candidato de um dos maiores redutos eleitorais do estado foi preterido?
Ao mesmo tempo, a situação coloca Júlia Duarte em uma posição de maior evidência, já que os R$ 200 mil podem ajudar a tentar alavancar sua candidatura que se encontra emperrada popularmente em Palmeira dos Índios.
A dúvida que paira é se essa distribuição desigual reflete um alinhamento maior com a liderança partidária, ou se há questões regionais ou de apoio político que estão sendo pesadas nos bastidores do MDB.