Mais cinco músicos dos 20 convocados para o projeto Fábrica de Artistas iniciaram, nesta terça-feira (3), mais uma turma que vai passar pela experiência de aprimoramento vocal e artístico, que inclui técnicas de postura no palco, trabalho com fonoaudiólogo entre outros. Esse é o terceiro time de artistas locais que vai ficar em estúdio pelos próximos 30 dias com os oficineiros do projeto.

Para os convocados das duas primeiras equipes que já concluíram o projeto com a gravação de uma música autoral, o Fábrica de Artistas, inédito em Alagoas, tem sido um divisor de águas em suas vidas. Interação, aprendizado e abertura de novas portas para pessoas que, em alguns casos, haviam desistido, por exemplo, de seguir na carreira musical, mas que o projeto os reacendeu e as fortaleceu para seguir no mundo da música.

É o caso de Deise Nascimento. Cantora gospel, a maceioense tem 31 anos, é casada e tem uma filha. Recentemente, descobriu que estava com um câncer raro, de apêndice, e o Fábrica tem sido um remédio para a ajuda na recuperação da saúde.  Hoje, ela é acompanhada trimestralmente para avaliar o quadro.

“Cheguei ao Fábrica de Artistas sabendo muito pouco ou quase nada sobre música. Saio do projeto bastante fortalecida, sobre todos os aspectos, inclusive técnico, e agora sem dúvida de que a música é minha vida. Eu tinha muitas dúvidas sobre isso, mas aqui, no Fábrica, minha percepção do mundo musical mudou bastante. Os dias com os demais convocados e os técnicos, os oficineiros, foram também de acolhimento. Desde o dia que me apresentei até agora que saio, eu me senti abraçada por todos”, destacou a cantora.

Com mais de três cadernos com composições autorais, o jovem Miguel Gama, 18, foi mais um participante do segundo grupo de convocados para o Fábrica de Artistas. Estudante, ele começou sua relação com a música ainda criança, influenciado pelos pais e família, também amantes de uma boa melodia.

Dono de uma voz grave e forte, Miguel é uma espécie de músico prodígio, já que começou a compor canções logo aos 8 anos de idade, toca violão desde os 15 (quando ganhou o primeiro instrumento) e, com a chegada da pandemia de covid 19 e a consequente necessidade de isolamento, se aproximou mais de todas as suas habilidades musicais e artísticas.

Também maceioense, ele vive com a família em Penedo e ficou sabendo da existência do projeto social Fabrica de Artistas por intermédio de um tio, que viu publicação na imprensa sobre o lançamento do edital para inscrição.

Estudando para tentar faculdade de medicina, Miguel Gama revela que as incertezas de poder viver da música sempre o deixaram muito inseguro, e diz que essa dificuldade foi deixada para trás com a participação no projeto social Fábrica de Artistas.

“Qualquer expectativa que eu tivesse em relação ao Fábrica de Artistas foi superado. Todos os momentos foram uma experiência indescritível. Aqui, tivemos oficinas de canto, teatro, dança, postura, práticas que me mostraram que as artes têm que andar juntas, coisa que os técnicos do projeto nos mostraram com muita habilidade. Deixo o projeto com o coração apertado, mas com a certeza de que saio me sentindo mais pronto para enfrentar o público, por exemplo, uma questão que me inquietou, até aqui. A arte serve para emocionar, é isso que quero fazer”, disse o jovem músico, fã do saudoso Gonzaguinha, e de rap, com Projota.

Parceria - A realização do Fábrica de Artistas só é possível graças à parceria do projeto com a ONG Pedro Cavalcanti e o Instituto Pra Vida, ambos de Arapiraca.

Foto de capa: Gusta Costa