Os mais recentes guias eleitorais dos candidatos à Prefeitura de Maceió, o deputado federal Rafael Brito (MDB) e o atual prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), trouxeram o “Caso Braskem” e o acordo firmado entre o Executivo municipal, na gestão de JHC, e a petroquímica.

 

Brito – na condição de opositor de JHC – abordou o caso por dois ângulos: a situação dos moradores que ainda se encontram na região afetada pela situação do afundamento de solo em Maceió, provocado pela mineração. O emedebista criticou fortemente a gestão de seu adversário por ter – em sua visão – abandonado essas pessoas e falou sobre a necessidade de revitalização da região.

 

O candidato do MDB buscou sensibilizar o maceioense para angariar votos dentro de um tema que tem pautado campanhas desde eleições anteriores. Paralelamente, o marketing de Rafael Brito mostra entender os desafios que enfrenta o emedebista: tornar-se conhecido para grande parte dos maceioenses e, ao mesmo tempo, conseguir tocar em pontos que venham a desgastar o adversário político.

 

Inclusive, o emedebista promete até a revisão do acordo fechado entre Executivo e empresa, relembrando a polêmica que foi aberta por meio do Governo do Estado de Alagoas, que é comandado pelo aliado de Rafael Brito, o governador Paulo Dantas (MDB).

 

O desafio de Rafael Brito é imenso, como mostrou a mais recente pesquisa registrada da Quaest. Não apenas pelo fato de JHC ter uma liderança folgada nas intenções de votos, mas também por outros números que servem de termômetro: 53% do eleitorado afirma não conhecer o emedebista, dentro de um cenário em que 65% destes mesmos entrevistados dizem já ter feito uma escolha definitiva.

 

Do outro lado, o atual prefeito JHC também levou o Caso Braskem ao guia, mas com seu marketing o posicionando como alguém que firmou o acordo milionário de R$ 1,7 bilhão com a empresa petroquímica. A ideia é transformar este acordo em algo histórico, ligando-o ao valor bilionário e o que foi feito na cidade. O atual chefe do Executivo tem – na busca por administrar a vantagem que possui, como mostram as pesquisas eleitorais – buscado, por meio deste mesmo markteting, construir as “vacinas” contra os discursos de seus adversários.

 

Uma destas táticas, por exemplo, foi JHC responder – ainda que de forma indireta – a antigas falas de Rafael Brito, que tenta colar no prefeito a imagem de ser um “gestor de Instagram”, pela forma como João Henrique Caldas utiliza as suas redes sociais, criando a sensação de que o que é mostrado nas redes de JHC não corresponderia à realidade.

 

O prefeito levou ao guia um jingle que surge como tentativa de uma “vacina” a este discurso, em que a letra da canção afirma que se posta o que se faz porque o bonito tem que ser mostrado. Pelo visto, o marketing de JHC também trabalha com base nas armas dos adversários.

 

Quanto à pesquisa citada nesta postagem, trata-se da Quaest, que ouviu 900 eleitores maceioenses entre os dias 26 e 28 de agosto em Maceió. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número AL- 06310/2024.