Que Silvio Camelo (o pai) é um profissional do ramo, disso sabem até as pedras da Praça D. Pedro II, onde fica a Assembleia Legislativa.

Já destacamos, aqui mesmo, que ele tem sido pontual e certeiro na formação de coligações locais, o que já lhe propiciou dois mandatos de deputado estadual – com a menor votação entre os eleitos.

Ponto para ele.

Já Teca Nelma (filha) já cansou de “avisar” que é boa de briga, no melhor sentido, e que não está disposta a sofrer uma rasteira sem reagir.

Ponto para ela.

Agora, a vereadora petista resolveu protestar contra o que chamou de “concorrência desleal” de Silvio Camelo (o filho), nas inserções de TV da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PC do B).

Ela aponta a divisão desigual do tempo de propaganda de televisão feita pela Federação presidida por Silvio Camelo (o pai), beneficiando o Camelo filho, que teria ficado com todas as inserções dos candidatos do PV (?).

 Seguiu, assim, a lógica bolsonarista - “o filé para os meus filhos” -, embora ele seja lulista, o que não vem ao caso.

Como se deu essa divisão ao modo da família Camelidae?

A carta abaixo, encaminhada pela vereadora Teca Nelma ao presidente do PT Municipal, Marcelo Nascimento, explica tudo e muito bem:

Ao companheiro Marcelo Nascimento

Presidente Municipal do Partido dos Trabalhadores

Presidente,

A luta pelo pluralismo e a democracia interna das organizações partidárias faz parte da história da formação do Partido dos Trabalhadores, e está traduzida nas normas operacionais de seu Estatuto. Entre os direitos dos filiados consta no inciso III e alíneas do Art. 9o dirigir-se diretamente, e por escrito, a qualquer órgão do Partido para apresentar seu ponto de vista em relação a qualquer assunto; denunciar irregularidades e reclamar contra decisões.

Assim, e como vereadora do nosso PT e candidata à reeleição, recordo que os artigos 22 e 23 e seus parágrafos do Estatuto da Federação Brasil da Esperança estabelecem os procedimentos para a formação da chapa de candidaturas proporcionais, que deve atender ao objetivo conjugado de obter a maior pluralidade de perfis para o melhor desempenho eleitoral. Assim, estabelece, inclusive, que o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, destinado às candidaturas proporcionais de cada um dos Partidos associados, deverá observar a proporção que cada agremiação teria direito individualmente. Acrescenta até que caso o Partido associado não indique candidatura proporcional, o tempo de propaganda a que teria direito será distribuído igualmente entre as candidaturas dos demais Partidos associados.

Torna-se claro, portanto, o indicativo de proporcionalidade e igualdade entre todas as candidaturas da chapa da Federação. Nesse sentido, em reunião que contou com a participação dos candidatos do PT, ficou decidido que haveria duas categorias de participação na propaganda eleitoral gratuita, com vinte e dez inserções cada uma (podendo variar apenas para os candidatos que adotarem a divisão de suas inserções de 30 segundos em duas de 14 segundos).

Para minha surpresa, após reiterados pedidos, quando recebi cópia do mapa de mídia para os primeiros sete dias do guia eleitoral da Federação Brasil da Esperança, o candidato do PV, Silvio Camelo, homônimo do pai, o deputado estadual Silvio Camelo, presidente de nossa Federação, aparece com três vezes mais inserções do que as inserções das candidaturas do PT que mais aparecem. 

Por exemplo, nas sete aparições da Federação no último horário da noite no guia na televisão, o candidato Silvio Camelo aparece cinco vezes. Além disso, não consta no mapa de mídia os nomes de nenhuma das candidaturas do PV em 14 de suas vagas, o que impede qualquer avaliação.

A divisão do guia eleitoral desempenha um papel essencial na visibilidade e na possibilidade de cada candidato apresentar suas propostas e ideias ao público. Nesse sentido, uma distribuição equitativa dos espaços no guia não apenas garante a transparência do processo eleitoral, mas também assegura que a eleição seja conduzida de maneira justa e democrática, sem qualquer privilégio.

Assim, não podemos concordar com essa situação anômala, que viola qualquer princípio de isonomia política. É certo que cada partido da Federação pode ter sua autonomia interna, mas isso diz respeito ao horário e ao dia de apresentação de suas candidaturas. Nunca o direito de concentrar o tempo televisivo em apenas uma candidatura, estabelecendo uma concorrência desleal com as demais candidaturas de outros partidos que compõem a chapa.

Além disso, informo que não fui sequer consultada sobre dia e horário de minha aparição no guia eleitoral. Também fui informada verbalmente que teria que pagar uma pesada taxa para que minhas gravações para o horário eleitoral gratuito sejam aceitas pelas emissoras de televisão. Desconheço o respaldo legal para essa medida, que fere o caráter gratuito da propaganda eleitoral na televisão.

Assim, solicito a essa presidência do PT de Maceió que:

1. restabeleça o cumprimento das normas estatutárias da Federação na distribuição do tempo no horário eleitoral gratuito;

2. esclareça definitivamente essa nebulosa cobrança de taxas para recepção das inserções, e se atingem apenas minha candidatura;

3. informe quem é o representante legal da Federação ou do PT para a entrega de gravações nas emissoras de televisão e rádio, conforme manda a legislação, e garanta, através dele, a recepção de minhas inserções.

4. apresente o mapa de mídia completo de toda campanha (e não apenas de uma semana) aos componentes da chapa, para que tenham o completo conhecimento da participação de todos os candidatos e candidatas.

Atenciosamente,

TEREZA NELMA PORTO VIANA SOARES

Vereadora por Maceió - PT-AL