Na próxima legislatura, que se iniciará em 2025, a Câmara Municipal de Maceió terá – obrigatoriamente – quatro novos vereadores que não são da atual composição. Afinal de contas, os atuais edis aprovaram o aumento do número de cadeiras – que saiu de 25 para 27 – e só aí são duas vagas. Além disso, os vereadores Francisco Salles (PL) e Gaby Ronalsa (PV) não são candidatos à reeleição. O primeiro não participa do pleito e a segunda é a “vice” na majoritária encabeçada pelo deputado federal Rafael Brito (MDB). Então, são mais duas cadeiras. Assim, totalizamos quatro renovações.

 

Porém, diante da forma como as estruturas partidárias foram montadas e pela quantidade de candidatos no jogo eleitoral – 312 postulantes – a aposta, nos bastidores políticos, é de que haja pouca renovação.

 

Um primeiro ponto a ser analisado é o fato de que dos 312 candidatos, boa parte compõe o chamado “rabo de chapa”, que é uma estratégia dos partidos para somarem voto, atingirem o cociente eleitoral e assim eleger o principal nome da sigla.

 

Esta é, por exemplo, a estratégia do Solidariedade, que tem como principal nome a atual vereadora Silvânia Barbosa. Por sinal, este é o motivo pelo qual foi negada a legenda – no Solidariedade – ao influencer PTK, pois ele poderia ameaçar a eleição de Barbosa. Logo, os demais nomes da chapa possuem menos chances de se elegerem, mas fazem o “suporte” para o cociente eleitoral.

 

Esta mesma lógica se faz presente no Podemos, em que o principal nome é o do vereador Samyr Malta, na busca pela reeleição. Quem também adotou estratégia semelhante é o Republicanos, com o vereador Pastor Oliveira. O PDT segue o mesmo caminho, tendo como principal nome o vereador Aldo Loureiro. Mas, por lá também se encontra o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida.

 

Nesse sentido, as renovações são mais prováveis de ocorrer nos partidos que montaram chapas para fazer bancada. O principal destes é o PL do atual prefeito e candidato à reeleição, João Henrique Caldas, o JHC (PL). O partido abriga 10 candidatos de mandato (Galba Netto, Chico Filho, Leonardo Dias, Eduardo Canuto, Cal Moreira, Siderlane Mendonça, Brivaldo Marques, Cleber Costa, Marcelo Palmeira e Luciano Marinho) e trabalha para eleger, no mínimo, 11 vereadores. Caso consiga, abre uma disputa ferrenha no grupo, pois há nomes sem mandato que são vistos como fortes concorrentes na disputa, como é o caso de Jonathan Omena (que tem o apoio de Salles), João Tigre, Caio Bebeto, Jeannyne Beltrão, dentre outros.

 

O MDB também busca bancada e aposta em reeleger Zé Márcio, Kelmann Vieira e Joãozinho. A Federação – composta por PV, PT e PCdoB – tem dois vereadores de mandato em sua chapa: Teca Nelma e Doutor Valmir. Mas, semelhante ao PL também abriga nomes que são vistos como fortes concorrentes, como é o caso de Sílvio Camelo Filho (PV), filho do deputado estadual Sílvio Camelo.

 

O Progressistas também pensa em bancada. Por lá estão os vereadores João Catunda, Davi Davino Filho e Olívia Tenório, mas tem nomes vistos como fortes, como é o caso do delegado Thiago Prado.

 

Há partidos que – mesmo sem candidatos com mandato – correm por fora para tentar eleger um nome. É o caso do PSD, que montou sua estrutura de chapa para favorecer o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira. O PSB também trabalha para retomar cadeiras na Casa de Mário Guimarães e uma das principais apostas é Marcelo Maia, irmão do ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil). Os socialistas acreditam que podem chegar a duas cadeiras, com nomes como o de Gustavo Pessoa, que tem o apoio e o empenho do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).

 

De acordo com os bastidores políticos, os cálculos apontam para uma renovação de 6 a 7 vereadores para a próxima legislatura, incluindo aí as quatro vagas já certas de mudanças, como dito no início deste texto.