Cada vez que esta ativista, Arisia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, participa de ações institucionais, no território negro de Aqualtune,( senhora-dona-primeira-comandante do Quilombo dos Palmares), sempre questiona a branquitude das autoridades, em mesas de abertura de ações ,ou nos espaços de poder.
Há um negacionismo tutelado, naturalizado e cheio de desculpas sistêmicas.
De verdade, verdadeira, essas composições de mesas, que reproduzem o imaginário local, no território do Quilombo dos Palmares, de um país eurocêntrico fere o processo de lutas seculares, ancestrais, que buscam o investimento assertivo na releitura social alagoana, ou seja, a reinterpretação real da história, com corpos negros, indígenas,etc e tal.
A história contada para além dos ‘vencedor@s’.
Alagoas é um dos estados mais racistas do Brasil.
Como falar em diversidade, pardismo, pretitude, negritude, etc e tal, se as mesas são quase todas brancas, ou, compostas de homens, mandatários do poder, todos, politicamente brancos?
Como mudar essa equação da branquitude, se continuamos reféns nos projetos sistêmicos- políticos-sociais-institucionais-partidários, em Alagoas e Brasília?
Ser negr@, em qualquer parte deste país continental é conviver com a toxicidade do racismo e de pessoas que agora, estão se transvestindo de pardas.
Assim é cada vez mais importante, que nesse contexto contemporâneo da inserção da pauta discurso do antirracismo,( ou, só virou modinha?), sejam estabelecidas estratégias abrangentes e integradoras, trazendo o equilíbrio de representações da diversidade à mesa e nas políticas públicas, ou seja ‘nada de nós, sem nós’.
Essa redistribuição é uma forma de deslegitimar parâmetros sociais segregadores, para além da cor padrão.
Afinal, em um país tão miscigenado ( e agora um monte de gente se reconhece , como parda) racismo estrutural serve como barreira intransponível, que impede a plena participação na sociedade.
Durante reunião para discutir a criação do Conselho Municipal de Habitação, levantamos o questionamento e componentes da mesa concordaram, unanimemente, com essa questão,
Alexandra Beurlen, a promotora afirmou que " a luta é legitima e, desde sempre e principalmente, como coordenadora da pasta de Direitos Humanos, no MPAL estamos, no aprendizado, dos caminhos e estratégias. A pauta do antirracismo é muita cara para nós. A falta de representantes negros é uma realidade que precisa mudar, mesmo.'
Paulo Henrique, o promotor, reiterou a fala: ‘Seu ativismo é muito importante, Arísia, e fico feliz que você nunca perde a oportunidade de se colocar, dizer algo que no contexto diário, não é percebido. Estamos juntos nessa luta’.- finalizou.
E daí, esta ativista afirmou que iria usar a foto para ilustrar matéria do blog, e assim o fez.
Entre o Judiciário, Executivo e Legislativo qual o lugar, politico, dos corpos negros, em Alagoas?
( Na foto promotor@s de Justiça, Paulo Henrique Prado,( coordenador do Núcleo de Urbanismo).Alexandra Beurlen, (Direitos Humanos) Fernanda Moreira, (Fazenda Municipal), Arísia Barros, (Instituto Raízes de Áfricas), Gustavo Esteves (Procurador do município de Maceió) e Lucas Alves Cunha( secretário municipal de Habitação)