Notícia ruim para ferrenhos adversários do governador Paulo Dantas. Falo mais sobre isso daqui a pouco. Antes, aos fatos. A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira, 21 de agosto, um suspeito de participação no assassinato de Adriano de Farias, um empresário e blogueiro do município de Junqueiro. O crime ocorreu há dois meses e teve sinais de execução sumária. Imediatamente levantou-se a suspeita de motivação política.

Segundo informa o CM, o preso trabalha como inspetor da Guarda Municipal de Junqueiro e já responde por outro homicídio. Como era previsível, o caso ganhou contornos mais graves por ocorrer no meio de uma campanha eleitoral. A oposição na cidade tenta envolver no crime o nome do atual prefeito Leandro Silva, candidato à reeleição. Nos dias seguintes ao homicídio, ele se reuniu com autoridades da segurança.

Pelo que foi noticiado até a noite desta quarta, o suspeito detido não agiu sozinho. Em vídeo divulgado também pelo CM, o delegado João Marcelo diz que as diligências continuam “no sentido de identificar e responsabilizar todos os demais envolvidos neste crime brutal”. A vítima tinha um blog no qual fazia críticas à gestão municipal – o que gerou especulações sobre a motivação do ato. Essa versão não avançou até agora.

E o governador com tudo isso? Volto agora ao aspecto que envolve aqueles adversários de Paulo Dantas. Eles não perderam tempo. Minutos após a notícia do crime, vereadores, deputados e candidatos nas atuais eleições partiram para cima com ilações sobre “omissão” do gestor estadual. De lá para cá, durante dois meses, essa jogada foi requentada quase que diariamente, nas redes sociais e também na imprensa.

A alegação de que o governador é aliado político do atual prefeito não cola. Forçar a barra a partir de algo tão pueril chega a ser constrangedor para quem o faz. Para não falar de delinquência intelectual. O caso está sendo investigado por um grupo especial de delegados, e o trabalho corre dentro de absoluta normalidade. Ou seja, as decisões do governador desmoralizam a fantasiosa tentativa de acusá-lo de negligência.

Cobrar de governadores a investigação de crimes é normal. Mas atribuir responsabilidade direta ao gestor diante de um caso específico, exclusivamente com especulações, aí é outro departamento. Este é o caso de Junqueiro. A prisão do suspeito, pelo que vi, já forçou uma mudança de tom de alguns “críticos”. Terão de adaptar o discurso à realidade – ao menos por enquanto. Uma alternativa é apenas o silêncio.

Que a baixa política não contamine a investigação policial. É por aí.