A última vez que vi Daniel, um negro lindo, aos 19 anos, nos caminhos do CEPA ( que já foi o maior complexo educacional da América Latina), localizado no bairro do Farol, em Maceió,AL ele me pediu:- tia, me arruma um emprego. Preciso trabalhar.
Fiquei constrangida, pois, não tinha como atendê-lo.
Alguns meses depois Daniel foi morto, na sala de casa. Os pais viram a cena. Daniel foi um dos muit@s meninos pretos - meus alunos- que morreram assassinados.
Catálogo de ausências.
Uma delas é a ausência de políticas públicas para a juventude alagoana e negra que tem abreviado cronologias.
E , quando o Serviço Social de uma Escola, em Maceió, através da Dra. Silmara Mendes, procurou Arísia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas propondo uma ação parceira, para elaboração de um projeto de escuta ativa, com a juventude, topamos o desafio, achamos a ideia fantástica, afinal, quem ouve a juventude em Maceió?
A Escuta Ativa, orientada, se propõe a abrir mais um canal para a juventude se expressar e a partir disso, reuniremos sugestões, ideias e possíveis soluções para alguns dos desafios mais atuais e urgentes, como o racismo na escola.
A juventude como protagonista da sua própria história, não é mesmo?
E para tal o Instituto Raízes de Áfricas realiza, em setembro, a Escuta Ativa : Juventude e Racismo, em Debate.
Quer saber mais?
Aos poucos a gente vai contando.
Tá bom?