A Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) realizou, no dia 12 de agosto, no miniauditório da instituição, a formação intitulada "Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo: Formação em Relações Étnico-Raciais". O curso foi promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Uncisal em parceria com o Neabi da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
O treinamento teve como principal objetivo capacitar membros da comunidade acadêmica para compor bancas de heteroidentificação, um passo crucial na promoção da igualdade racial nos processos seletivos da Uncisal. Participaram da qualificação docentes e servidores vinculados aos programas de pós-graduação, além de outros professores, servidores e estudantes da universidade.
A ação é uma resposta à implementação de vagas afirmativas para pessoas negras na Uncisal. Juliane Cabral, supervisora da Pós-Graduação Stricto Sensu da Uncisal, ressaltou a importância dessa formação para a instituição: “Alguns professores já passaram por essa formação pela Fiocruz, e agora a Uncisal dá um passo significativo ao oferecer essa qualificação aos próprios servidores. Essa iniciativa demonstra o amadurecimento da instituição em suas ações formativas, um avanço que tem como um dos principais impactos o social".
A professora Salete Bernardo, que estuda a temática desde 1993, enfatizou a importância do letramento racial e da consciência racial, destacando que a formação não só capacita os participantes, mas também amplia a compreensão sobre a diversidade e a inclusão no ambiente acadêmico. “Essa qualificação é um marco importante para todos nós, pois traz à tona a necessidade de um entendimento mais profundo das questões raciais, tanto na universidade quanto na sociedade. É através do letramento racial que podemos construir um ambiente mais inclusivo e equitativo", afirmou.
Danilo Marques, coordenador do Neabi/Ufal, lembrou que o Neabi da Ufal foi o primeiro a ser institucionalizado em Alagoas. Ele destacou o fortalecimento dessas iniciativas: "Vivemos um momento de institucionalização dos Neabis. São duas décadas de ação afirmativa no ensino superior, iniciadas pela UnB, UERJ e Ufal, entre 2002/2003, que abriram caminho para o ingresso por cotas sócio-raciais”. Ele explicou que, com as primeiras denúncias de fraudes, surgiu a necessidade das bancas de heteroidentificação, que se tornaram um pilar fundamental na consolidação das políticas de cotas, garantindo a lisura dos processos.
A coordenadora do Neabi/Uncisal, professora Bárbara Lima, finalizou destacando o impacto positivo dessa formação na universidade: "A qualificação dos servidores é essencial para fortalecer nossas ações de inclusão e garantir que as políticas de cotas sejam justas e transparentes. Essa formação nos prepara para enfrentar desafios e assegurar que a Uncisal continue promovendo a igualdade racial de maneira efetiva e responsável".