Cerca de 200 profissionais passaram a madrugada trabalhando na perícia do acidente e na remoção dos corpos das 62 vítimas do avião da VoePass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo. Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Maycom Cristo, 12 corpos já foram transportados para o Instituto Médico Legal Central em São Paulo. Dois desses corpos foram identificados, mas não tiveram seus nomes divulgados.

A primeira perícia foi realizada do lado de fora da aeronave. Foram capturadas imagens e vídeos, e a Polícia Federal utilizou um scanner 3D, que consegue fazer uma captura da realidade e ajudar na reconstituição do acidente. Segundo Maycom Cristo, apenas quando terminou o trabalho externo, começaram os trabalhos mais cuidadosos e meticulosos de perícia dentro da aeronave.

“Vai se recortando partes das aeronaves, retirando a carenagem. Algumas partes são pequenas e os bombeiros conseguem movimentar, mas algumas partes são mais pesadas e é preciso usar guinchos para a movimentação. Quando um possível corpo é identificado, as equipes de identificação catalogam os corpos, os peritos fazem fotos, coletam o máximo de evidência da vítima para a identificação ser a mais precisa possível”, explicou o porta-voz.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, estão sendo consideradas as características físicas dos passageiros, documentos e aparelhos celulares que seguem nos bolsos de algumas vítimas. Também é levada em conta a posição onde cada passageiro estava sentado. Somente após a coleta de todas essas evidências, os corpos das vítimas são retirados dos destroços.

O resgate é difícil e não tem prazo para ser concluído. “O avião tem uma deformidade por conta da queda e também por conta do incêndio pós-queda. Não há um prazo para a remoção de todos os corpos”, pontuou Maycom Cristo.

Visivelmente abalado, o porta-voz lamentou o acidente tão próximo do Dia dos Pais, celebrado neste domingo (11/8), e contou que toda a equipe está muito emotiva.

“É uma tragédia grande, que envolve muitas famílias, na véspera de uma data festiva. Cada história de vida que chega pra gente aumenta a carga emotiva de todos os profissionais envolvidos”, confessou.