Abobreiras ( tem uma média de 185 quilombolas) e Birros ( 50 famílias) são dois territórios quilombolas do município de Teotônio Vilela, em Alagoas, Nordeste do Brasil.

E no dia 31 de julho, o Instituto Raízes de Áfricas reuniu os dois quilombos, ( cada um em seu território) em uma convidativa roda de conversa, onde foi proposto o diálogo ampliado, com a coletividade.

Foi o ‘Aquilombamento- Conexões de Afeto, Saúde e Ancestralidade’ , parte integrante da “Escuta Ativa: Equidade em Pauta: Corpos Objetificados e Territórios Desracializados” tendo como base o Programa Nacional de Equidade, Gênero, Raça, Etnia e a Vulnerabilidade das Trabalhadoras do SUS, coordenado pelo Ministério da Saúde e HAOC.

E muita gente participou: desde a griot-referência a pessoa mais nova da comunidade, inclusive a Equipe do Núcleo Diversidade Equidade e Inclusão do  Hospital Alemão Oswaldo Cruz, convidada pelo Instituto Raízes de Áfricas

E no ecoar das vozes foi  possível conhecer o legado ancestral que inspira os mundos existentes nos quilombos.

Na verdade, foi uma celebração, a partir da  Escuta Ativa. Uma forma de promover o olhar mais assertivo, para criação de uma rede de apoio e garimpar possibilidades de crescimento, em todas suas vertentes..

Crescimento em rotas.

Rotas, feito turismo de base comunitária, ou seja a comunidade se organiza para recepcionar visitantes, partilhando saberes e cultura,  e visitantes fazem uma espécie de imersão na história pela narrativa dos protagonistas.

A Rota  retroalimenta a história, aprofunda as raízes da resistência, da luta, dos territórios, como também, gera sustentabilidade financeira e  visibilidade histórica, para reviveram manifestações culturais negras-quilombolas.

Na roda da Escuta-Ativa , graças ao trabalho, dedicação e determinação  das mulheres do Quilombo Abobreiras, e Birros foi possível discutir e rediscutir uma estratégia de fortalecimento: a criação do ‘A-B Coletivo de Mulheres Quilombolas Flor de Baobá’.

O A-B Coletivo tem como princípio  agregar as  gentes das duas comunidades, apesar das diferenças,  e abrir  portas, dialogar com a Equidade, como, também, substanciar a proposta para criação de rotas turísticas, ( A Rota da Saúde Quilombola), que construam pontes entre o passado e o presente para reverberar, políticas públicas, no futuro.

Abobreiras e Birros  vão formar o ‘ A.B Coletivo de Mulheres Quilombolas Flor de Baobá’. Bem legal, né?

  • O nome do Coletivo é sugestão que será decidido, legitimamente, pelas componentes.