A tendência, sempre, é de quem está no poder em Alagoas levar a melhor nos julgamentos do TRE, por todas as implicações políticas.

Mas o voto do desembargador Alcides Gusmão, como postado neste blog, acendeu a luz amarela no Palácio República dos Palmares, que mobiliza sua tropa para tentar barrar uma possível decisão desfavorável aos que lá estão. Ou seja: o julgamento passou a ser levado levado a sério pelo grupo - ainda que seja considerado favorito numa decisão colegiada.

Lembrando: o magistrado votou pela cassação de Paulo Dantas e Ronaldo Lessa no processo por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Ele entendeu que as provas são suficientes para apontar a culpabilidade da chapa palaciana.

O AIJE em julgamento foi apresentada pela coligação comandada pelo senador Rodrigo Cunha, por conta da distribuição de 316 mil cestas básicas, pelo governo do estado, às vésperas da eleição em que Dantas se saiu vencedor por uma pequena diferença de votos.

Sabe-se que o caso deve ser decidido mesmo em Brasília, no TSE, mas o voto do relator da Ação, desembargador Alcides Gusmão, indica que o grupo de Dantas/Calheiros/Marcelo Victor pode ter de enfrentar dificuldades maiores na Justiça Eleitoral – mesmo aqui em Alagoas.

O pedido de vistas do advogado – atuando como “desembargador” eleitoral – Milton Gonçalves adiou a conclusão do julgamento, o que pode ser considerado uma vitória importante para o governador/vice, que ganhou tempo para atuar com eficácia nos bastidores.

A título de curiosidade: Gonçalves, jovem e competente advogado, mantém estreitas ligações com o presidente da Assembleia, Marcelo Victor, e foi indicado ao posto no TRE por Arthur Lira.