A Comunidade Remanescente Quilombola Birros fica localizada nas entranhas do município de Teotônio Vilela,em Alagoas, e é um território substantivado pelos saberes ancestrais.
Alagoas faz parte da região Nordeste, o segundo menor estado do Brasil.
Em Birros, com apoio da Escola Mizia Bezerra de Farias , e da professora, Maria Aline da cruz Santos, pós graduada em Alfabetização e Letramento, as crianças reafirmam a identidade e o pertencimento negro, através de aulas e a perfomances.
Na quarta-feira, 31 de julho, em uma roda de conversa, conduzida, brilhantemente pela Valderez dos Santos Bispo, vice -presidenta da Associação Quilombola e aluna de Pedagogia e a presidenta da Associação, Esmeralda da Cruz Santos, nos debruçamos sobre a história da comunidade.
A roda fez parte da ‘Aquilombamento- Conexões de Afeto, Saúde e Ancestralidade’ , parte integrante da “Escuta Ativa: Equidade em Pauta: Corpos Objetificados e Territórios Desracializados” iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, que trouxe a Alagoas a Equipe do Núcleo Diversidade Equidade e Inclusão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, tendo como base o Programa Nacional de Equidade, Gênero, Raça, Etnia e a Vulnerabilidade das Trabalhadoras do SUS, coordenado pelo Ministério da Saúde e HAOC.
Logo após, a roda, seguimos a pé, em uma visita orientada , organizada pelas quilombolas.
Fomos em uma sugestiva e interpretativa caminhada percorrendo uma espécie de ‘Rota da Saúde, ou, como as mulheres quilombolas utilizam os saberes ancestrais na promoção da saúde do corpo e alma.
Fomos à Casa de Farinha e a mais velha da Comunidade, Dona Luiza, fez as apresentações.
Adentramos o jardim da casa da Rosimere, onde as griôs dividiram uma conversa oficina sobre a utilização de ervas e chás.
Fomos a casa da Valdeci e assistimos sua habilidade na confecção de vassouras, uma oficina bem dinâmica, resgatando os conhecimentos do território, que Thainá da Equipe do HAOC, não contou conversa e foi logo se oferecendo como ajudante.
E ajudou, né Thainá? (risos)
Logo, aplaudimos a maestria da Severina na confecção de abanos, para abanar os calores do mundo todo.
E para fechar com chave de ouro foi oferecido aos visitantes um ‘Roteiro Gastronômico’ de comidas feitas, artesanalmente, no fogo de lenha, pelas mãos das cozinheiras locais.
E teve cuscuz de milho ralado, peixe na brasa com sal de pimenta, quiabo na brasa, charque na brasa, batata doce, inhame , macaxeira ,bolo de macaxeira, tapioca de panela, tapioca na palha da bananeira, beiju, sardinha na brasa, pé de moleque, cocada baiana.
Ufa!
Foi um momento, bem singular, quando essas mulheres quilombolas de Birros nos ensinam que Equidade e Saúde rimam, também, com o respeito a saberes locais e ancestrais.
O Quilombo de Birros é feito todinho de lutas e muita tradição.
E vale, muito a pena, conhecê-lo, de pertinho.
Quer saber como?
Segue o instagram: @quilombo-birrus
A ação contou com o apoio da Prefeitura de Teotônio Vilela.