O Instituto Raízes de Áfricas é uma das representações do movimento negro, em Alagoas , que há 16 anos vem protagonizando ações , que pautam mudanças de paradigmas visando um tratamento justo e equilibrado, para a população negra.
Equidade!
Na quarta-feira, 31 de julho , quarta-feira , reunimos as mulheres quilombolas no ‘Aquilombamento- Conexões de Afeto, Saúde e Ancestralidade’ , parte integrante da “Escuta Ativa: Equidade em Pauta: Corpos Objetificados e Territórios Desracializados”, com a Equipe do Núcleo Diversidade Equidade e Inclusão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, o aquilombamento, feito roda de aconchego trouxe várias gerações de mulheres quilombolas, da Comunidade Remanescente do Quilombo de Abobreiras, em Teotonio Vilela, Alagoas, desde a bebezinha Raelly Lavínia Silva Santos, prestes a completar um mês, até a mais velha da comunidade, Dona Juvita Ana Rosa de Farias 88 anos, além de representações das secretarias de Educação, Assistência, Fazenda, Mulher e Idos@.
A Comunidade Remanescente do Quilombo de Abobreiras tem uma média de 185 quilombolas e muitas artes, costumes, gastronomia e tradições ancestrais e na roda de conversa, organizada pela Agente de Saúde , Elizangela dos Santos e outras companheiras ocorreu um momento significativo de partilha sobre tradições e saúde.
Foi uma conversa rodeada de conhecimentos profundos, inovadores de olhar para os ensinamentos do passado e assim renovar os caminhos do presente/futuro. É sobre resistir, reinventar e reconstruir em tempos complexos/eurocêntricos..
E Dona Neguinha, Maria José, uma das referências griôs do quilombo dividiu conhecimentos, falou dos chás, ( cura até dor de dente) , dos banhos de assento e a utilização das diferentes ervas/ plantas como fontes de cura, que robustece relações socioculturais concebidas por meio dos usos e dos conhecimentos sobre as plantas medicinais.
E teve a parteira, conversas sobre as benzedeiras locais, mas, voltemos um pouco ao começo para falar sobre a recepção gastronômica, com um monte de coisas gostosas.
Você já comeu pão de abóbora?
E você sabia que o Quilombo tem o nome de Abobreiras, porque no local havia inúmeras plantações de abóboras?
Camila Tavares, uma das integrantes da Equipe do Núcleo Diversidade Equidade e Inclusão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, extremamente emocionada falou:-' É a primeira vez que visito um quilombo e toda essa experiência de vida é inenarrável, essencial e de uma importância profunda.'
Foi uma manhã de revoluções conceituais e isso é só o começo.
Continua…
Julho das Pretas.