Após ter sido condenada em 2022 a pagar R$ 2 milhões pela prática de assédio eleitoral, além de multas de R$ 2 mil individuais aos trabalhadores prejudicados, a Usina Porto Rico, situada em Campo Alegre, foi novamente denunciada por assédio eleitoral este ano.

Documentos, prints de tela e áudios de Whatsapp encaminhados ao Ministério Público apontam que diretores e gerentes da empresa estariam obrigando funcionários, inclusive terceirizados e prestadores de serviço, a comparecem à convenção partidária do candidato Henrique Tenório (MDB), um dos proprietários da usina.

As provas mostram também membros da gestão da usina “liberando” os trabalhadores do serviço com a obrigação de baterem ponto na convenção de Henrique Tenório. 

Quem não comparecer e desrespeitar a ordem será demitido da empresa, inclusive com ameaças de justa causa, relatou uma testemunha.

A convenção do MDB na cidade acontece nessa quarta-feira (31) e, ainda segundo a testemunha, a meta da usina é levar o máximo possível de pessoas ao local da convenção, dando a falsa ideia de apoio popular ao candidato Henrique Tenório.

“Quem se recusa a confirmar presença no evento tem sido alvo de retaliações como a de não pagamento por serviços prestados, atraso nos salários e até demissões”, completou.

O caso registrado nesta eleição de 2024 seria semelhante à prática criminosa de 2022, que levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a impetrar ação civil pública contra a Usina Porto Rico.

“Essa conduta intimida, constrange, coage, admoesta e ameaça a totalidade dos empregados da empresa ré quanto a suas escolhas políticas, em evidente prejuízo aos seus direitos fundamentais à intimidade, igualdade e liberdade política, sendo conduta de especial gravidade”, disse à época da condenação a ação do procurador.