São longos e desafiadores 12 anos, de uma mesma gestão ‘à la esquerda’, e dentre os muitos estados brasileiros, Alagoas, berço simbólico da luta centenária contra a opressão da hegemonia branca, não conseguiu construir , instituir o Plano Estadual de Promoção das Políticas para Igualdade Racial.
É uma demonstração escuríssima do racismo estrutural, que permeia as relações do sistema com a causa negra, entretanto, contudo, todavia o silêncio que impera entre os muitos movimentos negros é fundante.
Não há controle social, o ‘não-te-ligo’ está generalizado.
Somos um povo, pacificamente, desmobilizado, apesar dos números estatísticos que nos apontam como alvo prioritário.
O estado de Alagoas não tem um Fundo Estadual de de Promoção das Políticas para Igualdade Racial e o ostracismo em relação a questão, parece conivência entre compadres e comadres partidários.
É?
É impressionante como alguns segmentos sociais se armam até os dentes, para atirar pedras em gramados alheios, mas, se tornam míopes, quando a crítica interna pode provocar rupturas políticas.
Alagoas já foi referência na aplicabilidade da Lei nº 10.639/03 e hoje a Seduc inventa um monte de artifícios pueris para fazer de conta que o antirracismo faz escola.
Não faz!
Qual o papel deliberativo do Conselho Estadual de Políticas para a Igualdade Racial?
Nos últimos 12 anos quais foram as políticas públicas implementadas para as mulheres negras?
E para a juventude negra?
Políticas Públicas Antirracistas de estado, entende?
E sobre o Programa Alagoas Sem Fome que é um grande arcabouço assistencialista de doação de comida a gente famélica, cuja maioria é negra?
A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. Emprego e renda, principalmente.
É um irrefutável ocaso/descaso das políticas públicas para igualdade racial, nas terras pretas do Quilombo dos Palmares.
Enquanto o racismo mata, , o povo, agarrado em bulas de letramento racial ‘continua fazendo de conta que tudo está bem’.
Não está!