Vereador federal. O pernambucano Fabio Michey Costa da Silva, conhecido em Alagoas como Delegado Fabio Costa, é deputado federal (foto). Aos 44 anos, é o retrato – perfeito e caricato – da ultradireita que se assanhou e saiu do armário nos últimos anos. Na Polícia Civil fez política até se eleger vereador em 2020. Na Câmara, tentou intimidar a vereadora Teca Nelma, irritado com a postura altiva da jovem parlamentar.

Na canoa reacionária do bolsonarismo, o Michey valentão se elegeu deputado em 2022. Largou o mandato da Câmara na metade e foi exibir suas qualidades intelectuais em Brasília. Mas esse renovador da política não consegue se entender com a envergadura do cargo. Gasta o exercício do mandato “causando” em rede social com os temas paroquianos da capital alagoana. É um típico vereador federal em tempo integral.

Velho padrão. Passei hoje pela orla marítima entre o Pontal e a praia da Avenida. Ali perto do centro de Maceió começam as placas da prefeitura anunciando a “maior obra ambiental da história de Alagoas”. Parece tudo meio largado. Na volta ao esconderijo, a rua em que moro recebia “pavimentação” municipal. Só não é estarrecedor porque a gente conhece esse padrão. É o improviso reincidente na boca da urna. A nova política. 

Tática eleitoral. Pelo interior de Alagoas, são duas as principais armas eleitorais na disputa pelas prefeituras. A cada amanhecer tem uma pesquisa sobre algum candidato “disparado” na corrida. Com a mesma frequência, a outra arma é a produção de “denúncias” contra os adversários. Qualquer factoide, segundo os denunciantes, tem potencial de investigação pelo Ministério Público. O nome disso é litigância de má-fé.

Ponto final. A prefeitura de Maceió decidiu “melhorar” a vida dos estudantes da Ufal. Para isso retirou oito linhas de ônibus que entravam no campus. A gritaria é geral. Durante a semana inteira os alunos protestaram. Vivi isso há quase 40 anos, quando estive por ali ouvindo teorias sobre a comunicação de massa. Tem coisa que não muda.

A repartição que trata do transporte coletivo na capital é o DMTT, chefiado por André Costa, um delegado da Polícia Federal que já foi secretário de Segurança do Ceará. Ele também comandou a PF em Alagoas. O PL de Bolsonaro (e do prefeito JHC) está cheio de gente que vê nas universidades um antro de maconheiros. É uma “viagem”, claro.

Dança com lobos. Lobão, que um dia foi o vereador mais votado de Maceió, tem sua pré-candidatura a prefeito arrastada a uma briga que não é sua. O bravo representante das periferias é apontado como pivô de uma trama no topo da política alagoana. Menos, pessoal. A realidade ululante: o mandato possível para Lobão está na Câmara Municipal.