Colegas na imprensa informam que o PT alagoano estaria contrariado com a direção nacional do partido. O motivo é o veto à candidatura própria a prefeito de Maceió. A cúpula prefere que os petistas fechem aliança em torno da candidatura do deputado federal Rafael Brito, do MDB. Como escrevi no sábado, é a melhor escolha para as duas legendas. A não ser que o PT local tenha alguma tara por derrotas. Não deve ser isso.
Com Ricardo Barbosa de candidato à prefeitura da capital, o PT celebra o fracasso anunciado. Nada contra o postulante, que tem todo o direito de aspirar ao cargo. Ocorre que essa decisão deve estar de acordo com a realidade, levando-se em conta, é óbvio, o potencial de votos. O histórico do PT (e de Ricardo Barbosa), como já escrevi aqui, não autoriza a aventura do candidato próprio. Os números conhecidos são cruéis.
PT, PV e PC do B integram uma federação, uma novidade no processo eleitoral brasileiro a partir de 2022. Caso saia a aliança com o MDB, o vice para Rafael Brito pode ser de qualquer um dos três partidos. Ao que parece é a saída para as quatro legendas. Uma briga nesse bloco só interessa ao adversário, o prefeito João Henrique Caldas.
Vice de JHC. Após o carnaval do “anúncio” que a imprensa noticiou, mas ninguém viu, o prefeito de Maceió e o senador Rodrigo Cunha sumiram com o assunto. Parece que algumas arestas estão emperrando a virtual chapa entre a dupla. Em jogo, como se sabe, estão os interesses da família Caldas, uma cadeira no Senado e os planos de JHC e Arthur Lira para 2026. As partes vivem um impasse no limite quase dramático.
Jogada eleitoral. A oposição ao governador Paulo Dantas tenta atribuir a ele a conta por casos de violência. É a tática abraçada sobretudo na faixa da ultradireita. Verdade que explorar o tema da segurança em briga eleitoral é tão antigo quanto deputado xerifão. A presepada hoje em dia tem o requinte desses delegados que entraram na Polícia Civil para fazer política. Não querem esclarecer crimes, querem pescar votos.
Tiros e facada. Por falar em violência, reportagem na Folha especula sobre a influência do atentado a Donald Trump nas eleições municipais brasileiras. Aí já é demais. Ou não. No texto anterior, escrevi sobre a relação entre as balas no candidato americano e o golpe de faca no bucho de Bolsonaro. Tudo vira munição ideológica. Caminho sem volta.