No começo da tarde desta sexta-feira escrevi que, como candidato a prefeito de Maceió pelo PT, Ricardo Barbosa teria uma missão impossível. O histórico do partido nas disputas majoritárias em Alagoas é um desastre. Nunca houve um nome que tenha chegado nem perto de vencer uma eleição para prefeito ou governador. A exceção que confirma a regra é Heloísa Helena candidatada a prefeita em 1996. Era outro mundo.
Horas depois de publicar meu texto, a jornalista Vanessa Alencar trouxe a novidade em primeira mão em seu blog aqui no CM: a direção nacional do PT vetou a candidatura própria, o que pavimenta o caminho para uma aliança com o MDB do governador Paulo Dantas e dos senadores Renan Calheiros e Renan Filho. Era o que se esperava desde o começo do ano, embora uma ala do petismo local resistisse.
Com isso, está praticamente selada a parceria MDB-PT, com um vice petista para o deputado Rafael Brito (foto). A verdade é que a aliança é a vitória do pragmatismo e representa a melhor escolha para os dois lados. Não por acaso, o bloco do prefeito João Henrique Caldas torcia contra esse desfecho. Com a confirmação da chapa com Brito e um nome petista, o candidato do MDB ganha o apoio total do presidente Lula.
A insistência do deputado Paulão por uma candidatura própria era a aposta no fracasso. Ele sabe disso. Sair como vice do MDB sempre foi a melhor solução para os dois partidos. Além de fazer parte de um projeto que tem potencial de crescimento na disputa pela prefeitura, une forças contra a turma bolsonarista aliada ao prefeito JHC. Rafael Brito sai candidato com o apoio da máquina estadual e do governo Lula.
A definição da aliança entre emedebistas e PT é uma péssima notícia para o prefeito que tenta a reeleição. Por isso mesmo as reações já aparecem aqui e ali. A tática do grupo da prefeitura é tentar indispor os dirigentes petistas com as lideranças do MDB alagoano. Sinal de que JHC acusou o golpe. Paulão e demais nomes da direção petista em Alagoas têm experiência suficiente para não cair no jogo de cena dos reais adversários.
A menos de três meses da votação, estamos diante do fato político mais importante na corrida eleitoral para a prefeitura de Maceió. Rafael Brito, sem dúvida, tem motivos para comemorar o acordo virtualmente fechado. É bom lembrar que segundo as últimas pesquisas, mais de 60% dos eleitores dizem que ainda não têm candidato definido. A disputa só termina com o voto na urna. O jogo, que só acaba no fim, está aberto.