A Justiça de Alagoas converteu de flagrante para preventiva a prisão da mãe da menina Laura Maria Nascimento Braga, 7 anos, morta a facadas dentro da residência da família, no município de Rio Largo. A mãe é a principal suspeita do crime.
Em audiência de custódia, realizada neste domingo (7), a Justiça seguiu a orientação do Ministério Público do Estado (MPE/AL) e manteve a prisão da mãe da menina. A defesa chegou a pedir que ela ficasse em liberdade, mediante medidas cautelares, mas o pedido foi negado.
“Posto isso, com fulcro nos artigos 311, 312 e 313, todos do CPP, homologo a prisão em flagrante e converto a prisão em flagrante da acusada, devidamente qualificada, em prisão preventiva, mantendo a flagrada recolhida no local em que se encontra”, diz trecho da decisão da Justiça.
Na manhã desta segunda-feira (8), o Instituto Médico Legal (IML) divulgou a causa da morte da menina.O exame de necropsia confirmou que Laura foi vítima de choque hemorrágico.
De acordo com o perito médico legista responsável pelo exame cadavérico, Joelson Rodrigues, foram constatadas lesões perfurocortantes nas regiões cervical, torácica e da cabeça. A criança também apresentava hematomas na região da face, cabeça, pescoço e no flanco esquerdo do corpo da menina.
Joelson ainda destaca que não foram encontrados sinais evidentes de violência sexual. “A menina veio a óbito devido ao choque hemorrágico, decorrente dos ferimentos no tórax provocados por um instrumento perfurocortante, tipo arma branca. No exame não foi constatado sinais evidentes de violência sexual na criança.”
Os peritos criminais, Yuri Atayde e Marina Lacerda Mazanek, responsáveis pela perícia no local do crime, explicaram que inicialmente estiveram no hospital onde o corpo da criança estava.
Em seguida, a equipe do Instituto de Criminalística de Maceió foi para a residência onde aconteceu o fato, mas que devido à necessidade de tentar salvar a vítima, o local precisou ser violado, alterando a cena do crime.
“Encontramos sangue em todos os cômodos, as marcas de gotejamento que poderiam determinar uma dinâmica estavam pisadas. A maior concentração de sangue estava no banheiro e na cama da menina. Mas, também identificamos gotejamento de sangue na cozinha, sala, manchas de contato na parede e até nas frutas da fruteira. Quem tentou socorrer também se sujou de sangue e terminou sujando outras partes da casa”, disseram os peritos criminais.
A faca usada no crime foi apreendida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital e depois deverá ser encaminhada para perícia. O corpo de Laura Maria foi liberado pelo IML de Maceió, na noite do último sábado (6).
O caso
O crime, que aconteceu no último sábado (6), ocorreu na residência da família, próximo à Praça do Galo, no Centro de Rio Largo. Familiares e vizinhos escutaram os pedidos de socorro da criança e conseguiram entrar no imóvel, onde encontraram a menina ferida e ensanguentada.
Uma tia socorreu a criança até um hospital da cidade, mas a criança não resistiu aos ferimentos e entrou em óbito na unidade hospitalar.
Além dos ferimentos de faca, a menor apresentava hematomas. A mãe negou a autoria do crime, mas, diante do relato dos vizinhos, recebeu voz de prisão e foi conduzida à Central de Flagrantes, onde ficou sob responsabilidade da autoridade policial e teve a prisão preventiva decretada.
*com Ascom Polícia Científica
