Estamos precisamente a três meses da eleição que escolherá prefeitos e vereadores em todo o país. O primeiro turno está marcado para o dia 6 de outubro. Um eventual segundo turno ocorre em 27 de outubro, mas apenas nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Em Alagoas, como se sabe, somente a capital se encaixa nessa categoria. Nas demais 101 cidades, a parada se resolve com apenas uma rodada de votação.

A partir de agora, o calendário entra numa fase mais quente para partidos e candidatos. Daqui a duas semanas, será aberto o prazo para a escolha de coligações e nomes que irão disputar os cargos. Entre 20 de julho e 5 de agosto, legendas e federações devem realizar suas convenções. Mas a data fatal mesmo é 15 de agosto, último dia para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral. É aí que podem ocorrer reviravoltas.

Explicando. Embora as convenções acabem em 5 de agosto, com a consagração das chapas, os interessados têm 10 dias para o registro. Nesse intervalo, na prática tudo pode mudar – ou quase tudo. Ou seja, a festa das convenções guarda um tanto de ficção. Um candidato a vice, por exemplo, pode ser um na convenção, e outro na hora de entregar a papelada à Justiça Eleitoral. Isso já rendeu denúncias e ameaças.

O dia de hoje, 6 de julho, também demarca uma mudança na rotina dos prefeitos. Os gestores estão proibidos de fazer nomeações, exonerações e contratações. Também são obrigados a suspender a farra de inaugurações de obras e estripulias semelhantes. Essas condutas, se liberadas, dariam ainda mais vantagem aos candidatos à reeleição – além de tudo o que já existe de favorável para os donos da máquina. O equilíbrio possível.

A disputa eleitoral de 2024 é assunto que não sai das manchetes. Os virtuais candidatos estão na praça, com entrevistas sobre alianças, projetos e torpedos contra os adversários. As pesquisas de intenção de voto aparecem a cada semana. Mas a propaganda oficial começa apenas em 16 de agosto, após o registro das candidaturas. Até lá, pedir voto é um ato ilegal, embora todos façam isso de um jeito ou de outro.

O calendário corre, mas o panorama na disputa pela prefeitura de Maceió segue na mesma. Os dois principais nomes arrastam a trama para fechar suas alianças. Do lado do prefeito João Henrique Caldas, a novela do vice segue em aberto – embora todos apostem em Rodrigo Cunha, o senador de Arapiraca. Tabelinha cozinhada há meses. 

Já o deputado Rafael Brito também não tem chapa definida, com um tumulto envolvendo o PT. O partido tem Ricardo Barbosa como pré-candidato, embora haja confabulações para se aliar a Brito ocupando o lugar do vice. Do jeito que vai, os lados vão esticar a corda até o limite do prazo legal. O desafio é encarar o prefeito com milhões em caixa.