Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, mostrou que quanto mais elevadas as temperaturas (consequência das mudanças climáticas), maior a incidência de enxaqueca. Isto é, nas pessoas que já têm o diagnóstico da doença.

Para o estudo, foram cruzados 71.030 registros diários de 660 pacientes que sofrem com enxaqueca e os dados meteorológicos regionais. Assim, os pesquisadores descobriram que para cada variação de temperatura de 10 graus Fahrenheit, o equivalente a menos 12 ºC, ao dia, houve aumento de 6% na ocorrência de queixas de dores de cabeça.

Além do diagnóstico, a mudança nas temperaturas impacta especialmente quem não está tratando a doença, afirma a neurologista Thaís Villa.

“Já que a mudança climática é um gatilho inevitável (não é possível evitar as mudanças do clima), é importante que toda a pessoa com enxaqueca procure um médico neurologista para fazer o tratamento de controle da doença. Assim, mesmo exposta aos gatilhos, ela tem menos possibilidade de crises”, afirma a médica.

Calor ou frio excessivos podem ser gatilhos

As mudanças climáticas se caracterizam por alterações bruscas de temperatura, além de tantos outros fenômenos naturais. Segundo Thaís, tanto o calor quanto o frio excessivo podem ser gatilhos para crises de enxaqueca. “Tudo em excesso para a pessoa que tem enxaqueca e está sem tratamento pode ser gatilho”, destaca.

No caso do calor excessivo, também é muito importante evitar a desidratação, porque ela é um gatilho a mais além do calor para quem tem enxaqueca.

Além disso, a médica recomenda proteger a cabeça do sol, uma vez que a temperatura alta direto no couro cabeludo da pessoa doente, que naturalmente tem um couro cabeludo com nervos inflamados, vai ser um gatilho para crises imediatas. Portanto, colocar chapéu, ficar em lugares de sombra e lugares longe do sol são medidas de prevenção importantes.

No calor excessivo, com muito sol, também é comum a fotofobia (sintoma de intolerância à luz). Além de ser um sinal comum de enxaqueca, este também pode ser um gatilho se o olho captar a luz de maneira muito excessiva. Então, usar óculos escuros também é importante, destaca a neurologista.