A Defensoria Pública do Estado de Alagoas recebeu denúncias contra a Maternidade Santa Mônica, localizada no bairro do Poço, em Maceió em seu Núcleo de Proteção Coletiva. Os relatos indicam, ainda, que a unidade de saúde pode suspender completamente todas as cirurgias neonatais a partir do próximo dia 20 de julho, caso não haja mudanças.

Diante da situação denunciada, o Defensor Público Daniel Coelho Alcoforado oficiará Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), cobrando informações e providências urgentes para sanar a falta de materiais, os problemas estruturais e de falta de cirurgiões  que estariam impedindo a realização de cirurgias em bebês recém-nascidos na Maternidade Escola Santa Mônica.

A Instituição também pretende convocar os entes públicos responsáveis para uma reunião em que serão discutidas as providências tomadas para garantir a regularização dos serviços.

Ainda conforme as denúncias, a unidade de saúde passa por grave carência de profissionais, incluindo anestesistas, enfermeiras que realizem Passagem de Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC) e cirurgiões pediátricos. A situação tem gerado atraso na realização dos procedimentos médicos.

De acordo com uma das denúncias, atualmente, existem bebês esperando pela cirurgia há mais de 15 dias, sobrevivendo através de alimentação intravenosa. A unidade de saúde também estaria sofrendo devido à falta de materiais hospitalares para procedimentos simples como curativos, cirurgias ambulatoriais, dreno e catéteres.

Em nota, a Uncisal disse que são falsas as denúncias de que existe elevado índice de óbitos na unidade e citou a carência de profissionais em áreas específicas, como médicos cirurgiões pediátricos, porém que a realização dos procedimentos não foi impedida.

Veja abaixo a nota na íntegra:

Diante do relato da existência de problemas estruturais na Maternidade Escola Santa Mônica, a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) informa que:

1. São falsas as denúncias de que existe elevado índice de óbitos na unidade. Um levantamento da Comissão de Óbitos Infantil da maternidade revela que os números registrados estão abaixo da média nacional e em patamares compatíveis com uma unidade de alta complexidade.

2. Alagoas enfrenta carência de profissionais em áreas específicas, como médicos cirurgiões pediátricos, quadro agravado por aposentadorias, pedidos de exoneração e óbitos. Essa realidade alterou o cronograma de cirurgias da unidade sem, porém, impedir a realização dos procedimentos.

3. Denúncias veiculadas na imprensa utilizaram imagens antigas, que mostram corredores ocupados e materiais danificados, incompatíveis com a realidade atual da Maternidade Escola Santa Mônica, que passou por reforma e vem recebendo melhorias contínuas ao longo dos últimos anos.

4. A unidade está abastecida com os insumos necessários para o seu bom funcionamento. A falta de itens específicos se deve a questões logísticas de fornecedores, não comprometendo os atendimentos.

Por fim, a Uncisal ressalta o seu compromisso com o bem-estar das gestantes e recém-nascidos. A universidade acrescenta que tem mantido diálogo constante com a Secretaria de Estado da Saúde, para ampliar as melhorias registradas nos últimos anos, e com outras instituições, como a Defensoria Pública.