Uma criança de 8 anos, identificada como Anthonny Barros, sofreu queimaduras de segundo grau enquanto brincava com fogos de artifício na última segunda-feira (24), no Dia de São João. Ele foi socorrido e atendido por uma equipe multidisciplinar do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

Após o acidente, Anthonny recebeu o primeiro atendimento na Área Vermelha e depois foi transferido para a Observação Pediátrica. Avaliado pela equipe qualificada do CTQ, ele foi internado no setor para continuidade da assistência, que inclui banhos com analgésicos, curativos especiais, acolhimento psicológico, entre outras abordagens que também contemplam o acompanhante.

A mãe da criança, Dyana Dark de Barros Adelino, de 25 anos, contou que estava em casa, no município de Paripueira, quando recebeu a notícia do acidente. Na noite anterior ao fato acontecer, ela lembra que teve dois sonhos com o seu filho, mas foi tranquilizada por sua mãe e irmã, que estavam com a criança em aparente segurança na capital, no bairro do Jacintinho. A mãe, que tem dois filhos, se prepara para dar a luz a uma menina neste domingo (30).

“Eu só soube do que aconteceu no outro dia, pela minha mãe, com a visita da minha irmã. Quando elas começaram a me contar a história, eu me desesperei, não ouvia mais nada, só queria saber do meu filho. Elas me pediam calma, por causa da minha filha que está no meu ventre, porém eu não entendia. Só fui me tranquilizar quando me mostraram uma foto dele, vivo, sendo assistido”, recordou Dyana.

Nesse momento, o seu filho já está internado no CTQ do HGE e com o diagnóstico de queimaduras de segundo grau na coxa e mão esquerda. Ainda atordoada, a avó da criança, Claudina Barros, de 46 anos, explicou como tudo aconteceu de forma rápida, o que deixou todo mundo surpreso, mas com ação imediata para socorrer o menor.

“O meu neto estava com a prima de 15 anos soltando fogos na rua. Estava tudo bem, até que ele apareceu na cozinha pedindo um fósforo novo para continuar soltando os estalos bebés. Eu peguei um novinho e dei. O que eu não imaginava é que ele colocaria essa caixa de fósforos junto de vários outros estalinhos dentro do bolso da bermuda. Esse foi o causador do acidente. Quando correu, descendo as escadas, tudo explodiu”, relatou a matriarca.

A zoada dos estouros dentro de casa deixou todos sem entender o que estava acontecendo. Quando a fumaça diminuiu, encontraram a criança estática, sem reação, apesar da bermuda em chamas. O seu tio, o primeiro a se aproximar, foi quem iniciou o socorro. A primeira iniciativa foi levá-lo ao chuveiro para um banho de água fria, onde a sua roupa foi retirada, e, enquanto isso, o carro já era preparado para conduzi-lo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho.

“A gente sabia que não era uma queimadura simples e nem iríamos fazer o que muitos falam que são bom, como por manteiga, pasta de dentes, essas coisas. Depois de um tempo, vestimos ele rápido e levamos até a UPA do nosso bairro. Lá, ele foi logo assistido na Área Vermelha. Apesar de tudo isso, para mim a ficha da gravidade ainda não tinha caído. Isso só aconteceu quando o médico nos disse que ele seria transferido para o HGE”, recordou a avó.

De acordo com o cirurgião plástico Fernando Gomes,  o acidente só não foi mais trágico por causa de alguns pontos que foram determinantes: “o entendimento da família sobre o que fazer de imediato, a qualidade no primeiro atendimento e a existência de um serviço especializado no tratamento de queimaduras. Se esses cuidados não existissem, possivelmente o quadro se agravaria, podendo desencadear uma infecção que poderia resultar em graves sequelas e até mesmo o óbito”.

“Os fogos foram comprados pensando na diversão e ele brincava com a supervisão da nossa família, sem perdê-lo de vista. Foi uma fatalidade que pode ser convertida em experiência para não mais se repetir também em outras famílias. Breve, nós estaremos juntos em casa, felizes com a chegada de mais um ente na nossa família e agradecidos por termos contado com um atendimento tão eficiente como esse que está sendo dado aqui no HGE, o que devolveu o meu filho são e salvo”, estima, com alívio à jovem mãe, que está com 39 semanas de gestação do terceiro filho.

 

*Com Assessoria